Cabe-me o dever de defender os leitores dos ataques de gente covarde e obtusa que desconhece o que é democracia

    (*) Ucho Haddad –

    Um dos pilares da democracia é a liberdade de expressão. Não importa se quem palpita sobre determinado assunto sabe o que fala ou escreve. O grande problema dessa liberdade é que há pessoas falando o que não sabem e desrespeitando a opinião alheia. Agem assim porque acreditam fazer parte da árvore genealógica de Aladim, aquele folclórico gênio da lâmpada maravilhosa.

    Ter opinião é um sacro direito de todos. Opinar de maneira consistente sobre temas complexos exige estudo, conhecimento, inteligência, bom senso e raciocínio lógico. Se não for assim – com começo, meio e fim –, qualquer opinião desbaratada lançada ao vento torna-se uma lufada de baboseiras. Como dizia o saudoso Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, um “Febeapá”, Festival de Besteiras que Assola o País. Resumindo, ter opinião não é um mero exercício de oportunismo.

    No contraponto, discordar faz parte da democracia. É algo sadio e, dependendo do conteúdo e da qualidade da crítica, pode ser construtivo. Como adepto confesso da democracia, aceito de bom grado opiniões contrárias, mas em hipótese alguma admito abusos verborrágicos de quem se acha acima do bem e do mal. Até porque, o currículo de algumas dessas pessoas, no que tange ao patriotismo, deixa muito a desejar.

    Na tarde desta terça-feira, 17 de abril, uma internauta intrusa se achou no direito de criticar matérias que levam a minha assinatura. Não escrevo pensando em ser unanimidade, como não uso a contundência para galgar fama. Há três décadas escrevo o que penso e acredito, sempre com ética e responsabilidade. A primeira crítica, no melhor estilo rapapé, teve como alvo uma matéria sobre a pouca repercussão na mídia norte-americana da visita de Dilma Rousseff aos Estados Unidos, na última semana. Prova maior é que Dilma nem ao menos teve direito a discurso na Casa Branca. A explicação contida na matéria não foi lida na íntegra por essa facinorosa versão feminina de Goebels, acostumada a travestir sua conhecida mitomania com o negligé da falsa verdade.

    Candidato à reeleição, Barack Obama não arriscaria seu projeto político tecendo loas a Dilma Rousseff, pois seus adversários, os republicanos, poderiam acusá-lo de ter se desmanchado diante de uma ex-terrorista. Em momento algum citei na matéria que Obama ignora o Brasil, atualmente a sexta economia do planeta e a principal da América do Sul. Experiente, o presidente norte-americano não esnobaria um player internacional como o Brasil e nem mandaria às favas uma nação que é um celeiro de ávidos consumidores.

    Não bastasse, essa galhofeira profissional, que acredita carregar o DNA da intelectualidade, criticou matéria sobre a visita que a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton fez ao Brasil. Escreveu a boquirrota de quadro costado que mentirosa é a afirmação do ucho.info de que Hillary erra ao pensar que Dilma se engajará no combate à corrupção proposto pelos EUA. Hillary erra, sim, pois quem trabalha nos bastidores para abafar a CPI que investigará os tentáculos de Carlinhos Cachoeira não tem moral para falar em combate à corrupção. Quiçá assumir compromissos nessa seara.

    Essa dublê de analista política fracassada não se conteve e foi para outras paragens do mundo virtual. Lá acusou meus leitores e seguidores de ignorantes, o que não admito em qualquer hipótese, pois é para esses brasileiros fiéis que rasgo o dia escrevendo sobre a dura realidade que se debruça sobre o Brasil. Irresponsável, a barraqueira cibernética ousou classificar o ucho.info de “blog”. O ucho.info não é blog, assim como não sou blogueiro. Estou jornalista, pois do Senhor recebi a graça de saber escrever com competência reconhecida. Mas isso não foi tudo. Conhecida por seus destemperos comportamentais e também por fazer vítimas que até então preferiram não reagir, a destrambelhada afirmou que o ucho.info – que não é blog, insisto – é financiado por um senador da República, que teve a masculinidade colocada em xeque.

    Em onze anos, a serem completados no próximo mês de julho, o ucho.info jamais recebeu um níquel de qualquer político ou partido. No ucho.info não se faz jornalismo de encomenda, não se tergiversa. Relata-se e analisa-se a realidade brasileira, sem qualquer vínculo com fulano ou beltrano, sempre dispensando as devidas críticas a quem de direito. Oportunidades para vender a alma ao diabo não faltaram, mas preferi manter a coerência e garantir o sono dos justos. Interajo com meus leitores com a cabeça erguida e a consciência tranquila. Escrevo não apenas por amar o ofício que escolhi há décadas, mas também porque morrerei patriota. Quando o Criador me chamar, partirei com a sensação do dever cumprido. Lutei incansavelmente pelo Brasil e pelos brasileiros.

    Nesta necessária defesa que faço dos meus leitores e seguidores, que nem de longe são ignorantes, pois se assim o fossem eu também seria, sinto-me na obrigação de fazer um rápido passeio pelo currículo nefasto e chicaneiro de quem nos acusa. Sim, agora, mais do que nunca, estamos na primeira pessoa do plural, pois a acusação foi a quem escreve e a quem lê. Essa figura desprezível, que bamboleia no poder como um macaco na mata que corre atrás de uma banana, viveu maritalmente com um político acusado de envolvimento no escândalo do Mensalão do PT. Enquanto o dinheiro putrefato dos subterrâneos de Brasília financiou suas taras consumistas, esse ser ignaro viveu em berço esplêndido. Fingiu-se de inocente porque só assim poderia saciar a doença do ter. No momento em que a fonte secou, não demorou muito a aterrissar nas CPIs para, dedo em riste, acusar alguns dos envolvidos no criminoso esquema petista de cooptação de parlamentares. Arquitetou trocar as benesses custeadas pelas maracutaias do poder por escassos minutos de fama. Foi tudo o que lhe restou, mas fracassou. Tentou, sem sucesso, conquistar os holofotes enquanto bordava em ponto-cruz na CPI. Arrebatou ostracismo e decadência.

    Fazendo da própria vida uma pândega sem fim, o ser em questão agora existe como algibeira de gente supostamente importante ou poderosa. Crítica de araque, pois nada entende sobre o que diz saber, é diuturnamente arrastada pelo histrionismo e pela histeria que marcam sua trajetória, pífia, diga-se de passagem.

    Ao longo dos anos me acostumei com essa escumalha. Gosto do bom combate, com adversários que valham à pena. Do contrário é briga de rua. Citar nome e sobrenome dessa suposta entendedora de política seria me nivelar por baixo. Seria mandar ao rés do chão os anos de estrada no jornalismo. Seria apunhalar o talento, o conhecimento, a trajetória de alguém que de maneira inconteste e desafiadora luta pela terra natal. Sou filho de um engraxate, com muito orgulho, mas o que a vida me presenteou sem cobrar contrapartida o pedigree corroído de quem nos acusa jamais conseguirá comprar. Falsa por natureza e traidora por opção, arruinou a vida de pessoas que lhe deram a mão na hora do desespero e da fome, o que pode ser facilmente comprovado em rápida circulada pela Pauliceia Desvairada.

    Todas as acusações serão alvo de inquérito policial, pois alguém há de parar uma pessoa inconsequente que faz de um sobrenome tão imponente quanto détraqué a senha para a impunidade. À Justiça recorrerei, não para tirar vintém de quem não tem, mas para defender a dignidade dos meus leitores e seguidores. Sob a luz da lei manterei intacto o reconhecimento que o ofício de escriba me concedeu ao longo dos anos. Sobre o suposto custeio de políticos, desde já abro mão dos sigilos fiscal e bancário, pois não sou do tipo que faz conluio com mensaleiros e que muda de opinião de acordo com o interesse ou a necessidade do dia. Quem nesses longos anos tem me acompanhado sabe o que ora afirmo.

    Ignorante é quem nos acusa, de forma covarde e chicaneira, como se a vida fosse um lupanar de quinta, um trotoir frequentado por personagens que têm o devaneio ínsito na psique.

    Como escreveu certa feita o genial Mário Quintana, “Esses que aí estão / atravancando o meu caminho / eles passarão / eu passarinho”.