Mudez estranha – Há na Esplanada dos Ministérios um clima de tensão, em decorrência do escândalo de Carlinhos Cachoeira, que parece ter afetado algumas autoridades de primeira grandeza. O grande motivo para essa inquietude repousa sobre informações, ainda não confirmadas, que vazam do inquérito que resultou na Operação Monte Carlo e circundam o submundo do escândalo.
Sob o temor de que algum colaborador do atual governo, da presidente Dilma Rousseff, tenha mantido qualquer tipo de contato com o contraventor goiano, a ordem é para que esses graduados apareçam o menos possível, pois a usina de maldades e ilações está trabalhando a todo vapor.
Com gravações de áudio e vídeo em quantidade capaz de derrubar a República, Carlinhos Cachoeira vem enviando mensagens cifradas a diversas instâncias do poder. Do Executivo ao Legislativo, passando pelo Judiciário, muitos dos integrantes desses três Poderes já sentiram a terra tremer, mesmo que por alguns instantes.
O problema é que ficar no esconderijo suscita polêmicas e desconfianças. Ex-articulador do governo Lula, frequentador assíduo do staff da campanha de Dilma Rousseff e atual ministro da Saúde, o petista Alexandre Padilha simplesmente saiu de cena. A um dia do início da campanha nacional de vacinação contra a gripe, Padilha não deu o ar da graça. Só falta o ministro da Saúde ter sido infectado pela mais nova virose do mundo político verde-louro, a Cachoeirite. Conjecturas à parte, a mudez de muitos é no mínimo estranha.