Analistas financeiros estão cada vez mais cautelosos e preocupados com a situação da economia brasileira

Corda bamba – Na tarde desta segunda-feira (23), o ucho.info consultou alguns analistas do mercado financeiro sobre o momento da economia brasileira. Com quase imperceptíveis diferenças nas opiniões, todos foram uníssonos ao afirmar que o estoque de munição do governo para reverter o quadro atual está quase no fim. O que contraria as afirmações do ministro Guido Mantega, da Fazenda, que insiste em dizer que o governo ainda tem um arsenal de medidas a serem adotadas.

O grande problema na, segundo um dos analistas consultados, é que nenhuma reversão no quadro atual da economia será viável sem que haja algum tipo de dor para o governo. Isso significa que o Palácio do Planalto precisa deixar de lado o discurso embusteiro e cortar na própria carne. Esse tipo de medida dificilmente acontecerá, além do que já foi feito, pois a inchada estrutura da máquina federal, criada para acomodar companheiros e “apaniguados”, consome muito dinheiro dos cofres públicos. O PT sempre soube disso, mas preferiu governar o Brasil sem qualquer responsabilidade.

Outra saída para reverter a crise seria adotar medidas que em dado momento prejudicassem os cidadãos. Esse tipo de ação está fora dos planos do Palácio do Planalto, pois este é um ano de eleições municipais e o consumo interno elevado é considerado pelos palacianos como a tábua de salvação da economia. Em outras palavras, a situação deve continuar como está por mais alguns longos e difíceis meses.

A situação torna-se ainda mais preocupante quando analisados outros fatores econômicos. No âmbito dos empregos, a geração de novos postos de trabalho registrou queda de 25,9%no primeiro semestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2011. Esse dado representa 366 mil vagas que deixaram de ser criadas nos primeiros seis meses de 2012. Isso afeta os planos do governo, que, como mencionado acima, aposta no consumo interno como saída para a crise. Acontece que com a maioria da população Brasiléia (2/3) ganhando menos do que dois salários mínimos mensais, forçar o consumo só será possível com a geração de novos empregos e a ampliação da população economicamente ativa. Se isso não ocorrer, os planos do governo seguirão o caminho do ralo.

Tal quadro torna-se ainda pior quando considerados dois fatores importantes. O governo acena com a possibilidade de nova redução das taxas de juro, mas isso não significa que a procura por crédito crescerá automaticamente. Convivendo há alguns meses com o fantasma do endividamento, os brasileiros estão mais cautelosos na hora da compra e da contratação de financiamentos. Por outro lado, por causa da inadimplência em alta contínua, bancos e financeiras adotaram medidas mais rígidas para a concessão de crédito.

Outro fator é a previsão de inflação, que pela segunda semana consecutiva registrou alta. De acordo com a projeção de analistas de instituições financeiras, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação subiu de 4,87% para 4,92%. A informação consta do boletim Focus, do Banco Central, com base nas estimativas do mercado financeiro. Para o próximo 2013, a projeção para o IPCA permanece em 5,5% há quatro semanas consecutivas.

Voltando ao universo do emprego, um dos analistas que conversaram com o ucho.info alertaram para o perigo que representa uma eventual perda de postos de trabalho, ou seja, uma onda de demissões em determinados segmentos da economia. E isso, segundo nosso entrevistado, pode acontecer a qualquer momento e sem direito a qualquer tipo de aviso antecipado.

Resumindo, o Brasil está vivendo um momento de incertezas na economia, apenas porque o então presidente Lula abusou do populismo e vendeu ao mundo uma bolha de virtuosismo cujos estouros provocam estragos consideráveis. Como o próprio ex-metalúrgico disse certa vez, “nunca antes na história deste país”.