Autoridades usam gripe “A” para ludibriar a opinião pública

gilberto_kassab_08Distorção discursiva
Prefeito da cidade de São Paulo, o democrata Gilberto Kassab patinou na última segunda-feira durante discurso que contrapôs os parâmetros de eficiência administrativa. Segundo o alcaide paulistano, o retorno às aulas não será adiado por causa da gripe “A”, mas o atendimento oferecido pelas unidades de Assistência Médica Ambulatória (AMA) será ampliado aos domingos. “Os profissionais da educação estão cientes de que tem o apoio das instituições de saúde e sabem que devem informar o poder público caso alguma criança esteja contaminada”, assegurou o prefeito. Pode parecer tudo muito bem, mas é obrigação da prefeitura oferecer atendimento durante toda a semana.

Essa dicotomia discursiva evidencia uma ferrenha disputa política, na qual as esferas federal, estadual e municipal brigam para mostrar eficiência. Na Grande São Paulo e no interior do estado paulista, por exemplo, a decisão tomada foi diferente e o retorno às aulas foi adiado em pelo menos uma semana, como forma de conter o avanço da doença. Em Osasco, primeira cidade a contabilizar uma morte por causa da gripe “A”, tropas do Exército foram enviadas pelo governo federal para auxiliar no tratamento de pacientes com sintomas da gripe. É de se estranhar que o alerta para o perigo da doença seja diferente em cidades tão próximas.