Marcha à ré – Ainda ministro da Fazenda, o petista Guido Mantega continua vendo seus discursos ufanistas serem destruídos pelos números do mercado financeiro. Ainda sem mostrar a que veio, Mantega insiste em dizer que a crise já passou e que a economia brasileira está em ritmo de crescimento gradual.
Nesta segunda-feira (3), o Boletim Focus trouxe os resultados da pesquisa semanal, a primeira após a divulgação do PIB do segundo trimestre de 2012. Consultados pelo Banco Central, analistas do mercado financeiro reduziram pela quinta semana consecutiva a previsão de crescimento da economia brasileira, que recuou de 1,73% para 1,64%. Em relação a 2013, a previsão de avanço do PIB se manteve em 4,5%, 0,1 ponto percentual acima do índice previsto há quatro semanas. É importante ressaltar que em 2011, quando o crescimento econômico ficou em magros 2,7%, não demorou muito para os analistas batizarem o PIB de “pibinho”.
Quando a crise econômica eclodiu na União Europeia, Guido Mantega, endossado logo em seguida pela presidente Dilma Rousseff, disse que o Brasil passaria ao largo do movimento que corroeu muitas economias no Velho Mundo. Como o futuro de uma nação não pode ser refém da pirotecnia oficial, algo que predomina no cardápio petista, o Brasil acabou sendo dragado pelos efeitos colaterais da crise.
A maior preocupação nesse cenário está no setor da indústria. A projeção dos analistas financeiros para o setor industrial em 2012 piorou novamente, de -1,55% para -1,78%. Em 2005, o ucho.info alertou com insistência para o fenômeno da desindustrialização, que àquela altura começava a dar seus primeiros passos largos. Alerta idêntico fez o então ministro Roberto Mangabeira Unger, chamado para assumir o comando da Secretaria de Assuntos de Longo Prazo do governo. Na ocasião, os palacianos optaram por ignorar o assunto e incensar a bolha de virtuosismo lançada pelo messiânico Luiz Inácio da Silva.
O mais estranho nessa epopeia quase sem fim é que nenhum petista ousa criticar a herança maldita deixada por Lula, algo que o ex-metalúrgico fez em relação ao antecessor Fernando Henrique Cardoso, como forma de justificar por antecipação sua própria incompetência. Como disse certa feita o grão-petista, “nunca antes na história deste país”.