Desculpa do irrevogável Mercadante sobre o ensino superior desmente o messiânico Lula e complica Haddad

Fio trocado – Não bastasse a inconteste vocação de muitos de seus integrantes para a corrupção, o Partido dos Trabalhadores sofre de um problema que pode ser classificado como histórico. A falta de interesse dos companheiros para combinar discursos. Como se aos governos totalitaristas não interessasse um modelo pouco eficiente de educação pública, o que mantém a massa de alienados, o ministro Aloizio Mercadante, aquele do “revogável caráter irrevogável”, tentou justificar ao seu modo os dados do relatório da relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgados na terça-feira (11).

De acordo com Mercadante, os números do Brasil relativos ao ensino superior resultam de duas décadas de estagnação econômica. O ministro alegou que o governo federal tem feito esforços para mudar esse panorama. “O Brasil está revertendo esse quadro e hoje está em plena expansão”, disse o “irrevogável” Mercadante, que como senador foi o maior fiasco político do estado de São Paulo em todos os tempos.

“Houve um compromisso estratégico e foi fortalecido, primeiro por uma decisão de governo. O fim da DRU [Desvinculação de Recursos da União] contribuiu para isso e permitiu novos instrumentos como o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], que é muito mais amplo que o Fundef” [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério], completou o ministro.

O relatório da OCDE revela que em um grupo de 29 países, o Brasil ocupa o 23º lugar no ranking de investimentos no ensino superior. Além disso, mostra que o País investiu, em média, nessa fase do ensino, apenas 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB). O estudo faz um alerta sobre o baixo investimento em educação quando há a comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo os dados do relatório, os investimentos brasileiros no ensino em geral atingiram 5,55% do PIB, enquanto a meta para os países da OCDE é 6,23%.

PT quer mandar às favas o PNE

O aumento de investimentos em educação com 10% dos recursos do PIB foi definido no Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Senado, e é defendido por organismos do setor educacional, entretanto, ainda é assunto polêmico. A medida prevê a aplicação desse montante de recursos em políticas públicas do setor em até dez anos. Mercadante ressaltou que o Congresso Nacional ainda não definiu essas regras de financiamento.

“Para praticamente dobrar os investimentos em quase uma década ou há aumento de impostos, como a criação de uma nova CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira], ou há cortes em outras áreas do Orçamento [Geral da União]. O caminho promissor que o Brasil tem é vincular todos os royalties do pré-sal e metade do fundo social do regime de partilha tanto dos municípios, quanto dos estados e da União”, argumentou.

O ministro completou: “Dessa forma, poderíamos ter metas muito mais ambiciosas no Brasil. É mais fácil partirmos o que não foi dividido do que cortar recursos já existentes como saúde e segurança pública”.

Discursos desencontrados

Enquanto Aloizio Mercadante credita o fracasso da educação pública brasileira à estagnação econômica das duas últimas décadas, o messiânico Luiz Inácio da Silva continua apresentando o fantoche Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura paulistana, como o melhor ministro da Educação da história nacional. É nesse exato ponto que repousa a dicotomia do discurso de ambos, pois as supostas duas décadas estagnação econômica não podem ser creditadas apenas ao antecessor de Lula, o tucano Fernando Henrique Cardoso.

Quando a cúpula do PT, espécie de reunião de herdeiro s de Aladim com oráculos do Senhor, aprender a combinar os discursos, mesmo que fraudulentos, as mentiras por certo serão menos acintosas.