Alerta geral – O derretimento do gelo no Ártico está acelerando a tal ponto que pode desaparecer totalmente em quatro anos. Este é o alerta feito pelo pesquisador Peter Wadhams, da Universidade de Cambridge, Inglaterra, e um dos maiores especialistas no assunto.
O alerta feito pelo cientista foi publicado na última segunda-feira (17) no jornal britânico The Guardian. Wadhams é diretor do departamento de física de uma das universidades mais conceituadas do mundo e passou anos coletando dados sobre a espessura do gelo do oceano Ártico através de submarinos.
Atualmente a superfície congelada no ártico é de 4,1 milhões de quilômetros quadrados, área muito menor do que em 1979, quando foram realizadas as primeiras imagens de satélites, e em 2000, quando a abrangência do gelo era de 6,5 milhões de quilômetros quadrados.
O problema não acontece somente na superfície. “As medições feitas por submarinos mostraram que o gelo perdeu 40% de sua espessura desde a década de 80”, declarou o cientista.
O aquecimento global é apontado como a principal causa para esta perda. Assim, Wadhams explica que as medidas para conter o aumento nas temperaturas devem ser aplicadas com urgência. “Não podemos mais fingir que estamos fazendo algo contra a mudança climática. Não é apenas uma necessidade urgente de diminuir as emissões de CO2, mas também é necessário considerar formas de desacelerar o aquecimento global, através do desenvolvimento de vários métodos de geoengenharia, por exemplo.”
Se o gelo derretido não tem efeito significativo sobre o nível do mar, ele causa muitos efeitos adversos sobre o ambiente. Esta é uma das origens para as mudanças nas correntes oceânicas atmosféricas, e do aumento da liberação de pesticidas e outros poluentes orgânicos na atmosfera, o que aumenta a emissão de gases de efeito estufa. (Com informações do CicloVivo e do Le Monde)