Mitômano compulsivo – A face lenhosa de Lula é algo tão impressionante, que até mesmo o finado Celso Daniel agora faz parte do discurso do ex-metalúrgico para angariar votos em Santo André, cidade do ABC paulista que foi alvo de um esquema criminoso de cobrança de propinas para, em tese, custear a campanha presidencial do PT em 2002.
No domingo (23), em Santo André, Lula acusou os “conservadores” de tentarem ligar o PT à morte do ex-prefeito Celso Daniel, assassinado em janeiro de 2002, não sem antes passar por processo de empalação, método medieval de tortura que não faz parte das práticas adotadas por criminosos comuns. A oportunista declaração aconteceu durante comício do petista Carlos Grana, candidato do PT à prefeitura de Santo André.
“Nessa cidade, os conservadores chegaram ao absurdo de achar que o PT tinha coisa a ver com a morte do Celso Daniel. Possivelmente para apagar a memória daquele que foi o melhor prefeito que essa cidade já conheceu em toda a sua história”, afirmou o parlapatão Lula.
Conhecido reduto de incompetentes com vocação para a gatunagem, o PT jamais admite o fracasso de seus filiados. Por melhor que tenha sido a atuação de Celso Daniel, não se pode classificar como “melhor prefeito” o governante que concorda com um esquema de corrupção ordenado pelo próprio partido. Como corrupção é algo natural no cardápio petista, Lula se dá ao direito de incensar a “companheirada” a todo instante.
Avesso a dar à sociedade as devidas e necessárias explicações acerca dos escândalos que envolvem o PT – legenda de falsos moralistas que cresceu à sombra do discurso da ética –, Lula continua devendo um relato verdadeiro sobre a morte de Celso Daniel, sequestrado e brutalmente assassinado apenas porque discordou da destinação dada ao dinheiro das propinas cobradas em Santo André. Inicialmente, o dinheiro cobrado de empresas de ônibus e coleta de lixo, além de alguns outros setores, deveria alimentar o caixa 2 da primeira campanha presidencial bem sucedida de Lula, mas parte acabou financiando a compra de luxuosas casas de veraneio em cidades conhecidas da Grande São Paulo. O que fez alguns companheiros felizes.
Pelo menos sete pessoas, entre testemunhas e envolvidos no crime, morreram meses depois vítimas de homicídio. Na lista dos que desapareceram misteriosamente depois do assassinato de Celso Daniel está o médico-legista Carlos Alberto Delmonte Printes, encontrado morto em seu escritório, em 12 de outubro de 2006, no escritório no bairro de Vila Mariana, na Zona Sul da capital paulista. Quem teve acesso às informações sobre o caso e ousou revelá-las também foi alvo de intimidações e ações criminosas. É o caso do editor do ucho.info, que foi processado e ameaçado. Conhecidos advogados, ex-integrantes de Cortes superiores da Justiça brasileira e que na ocasião defendiam o PT, passaram a enviar ao editor do site mensagens eletrônicas de caráter intimidatório.
Lula falta com a verdade de forma escandalosa quando nega o envolvimento do partido na misteriosa e covarde morte de Celso Daniel, cotado para assumir o Ministério da Fazenda em caso de vitória do ex-metalúrgico. A preocupação do PT depois da morte de Celso Daniel é facilmente constatada nas gravações telefônicas feitas pela polícia, que disponibilizamos abaixo mais uma vez e que levaram à retirada do site do ar.
Como afirmamos em outras matérias, o dinheiro do escândalo que culminou com a morte de Celso Daniel alimentou parcialmente o caixa do Mensalão do PT, pois boa parte dos recursos provenientes das propinas foi remetida para contas bancárias no exterior. Após a morte do ex-prefeito de Santo André, algumas contas bancárias do esquema registraram movimentações. A repatriação desse dinheiro imundo se deu através dos empréstimos bancários fictícios que constam do processo sobre o maior escândalo de corrupção da história nacional, em julgamento no Supremo Tribunal Federal por meio da Ação Penal 470.
Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo ucho.info. Em uma delas, o atual ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel com frieza.