Um escárnio – A atuação do ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do Mensalão do PT, em favor do Partido dos Trabalhadores foi um atentado contra a democracia e desafiou a capacidade de raciocínio da parcela pensante da sociedade brasileira. Para inocentar José Genoino da acusação de corrupção ativa, o ministro considerou irrelevante o fato de um empréstimo contraído em 2003 ter sido pago nove anos depois, com o claro objetivo de minimizar a situação dos principais réus no maior escândalo de corrupção da história do País.
Ao discorrer as falhas da acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o que é dever de qualquer magistrado que participa de um julgamento, Lewandowski chama de incompetentes, por antecipação, os ministros que consideram culpados os integrantes do quartel general do Mensalão do PT. O ministro-revisor, em sua escandalosa defesa do réu, ignorou o fato de que em julgamento está um monumental e intrincado caso de corrupção, não empréstimos bancários fictícios que serviram apenas e tão somente para legalizar dinheiro desviado dos cofres públicos e repatriar recursos depositados em contas no exterior.
Ao finalizar seu voto em favor de José Genoino, o ministro Lewandowski leu trecho do depoimento em que o petista afirma não ter patrimônio, apenas um imóvel no valor de R$ 120 mil em bairro de classe média da capital paulista. Mesmo considerando que tal depoimento foi colhido há alguns anos, não há na cidade de São Paulo imóvel nesse valor, muito menos em regiões de classe média. A não ser que a classe média a que se referiu Genoino é a criada recente por Lula e Dilma, que tem entre seus integrantes metade dos moradores das favelas brasileiras.