Reação esperada – Que a presidente Dilma Rousseff e o petista Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados, não se bicam todos sabem. Em sua recente viagem à Espanha, onde participou da Cúpula Ibero-Americana e destilou ensinamentos sobre como sair da crise, Dilma foi obrigada, por determinação legal, passar a presidência da República ao deputado Marco Maia, uma vez que o vice Michel Temer também estava em viagem.
Preocupada com eventuais decisões de Maia na interinidade do cargo, Dilma transformou o petista em uma espécie de fantoche palaciano e deixou a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, incumbida dos assuntos administrativos da Presidência.
Pois bem, Marco Maia, que deixa o comando da Câmara depois do recesso parlamentar do final do ano, já começa a dar o troco. E promete aprovar projetos que marquem sua passagem pela Casa legislativa. Depois de colocar em votação e aprovar o projeto que distribui os royalties do petróleo de maneira equânime entre estados e municípios, Marco Maia promete para esta semana votar o projeto que acaba com o fator previdenciário.
Em recente reunião com o presidente da Câmara, a ministra de Relações Institucionais, a petista Ideli Salvatti, deixou clara a posição do Palácio do Planalto em relação a mudanças no sistema previdenciário. Ao que parece, o encontro não produziu efeito algum.
“Eu já deixei claro que, da parte do governo, há uma situação de não concordância com a entrada desse tema na pauta, por causa do impacto negativo nas contas da Previdência”, declarou Ideli. Maia, por sua vez, rebateu: “É um assunto polêmico, e o que estamos buscando é um entendimento para diminuir a injustiça cometida contra os que trabalham com carteira assinada”.
O descontentamento de Marco Maia com o governo da presidente Dilma Rousseff não é de hoje. Há quem diga que ele gostaria de ocupar um lugar de destaque na Esplanada dos Ministérios, mas que não teve o pleito atendido. Desde então, o presidente da Câmara tem dado o troco em doses homeopáticas e contínuas.