Cronometro acionado – O ataque petista contra o Supremo Tribunal Federal, que condenou à prisão muitos dos envolvidos no “Mensalão do PT”, o maior escândalo de corrupção da história verde-loura, já começou. A ponta de lança é a ideia de pedir o impeachment do ministro Luiz Fux, que em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, afirmou ter se promovido com algumas decisões judiciais.
Quem chega às instâncias superiores da Justiça, querendo ou não, acaba se promovendo com as decisões judiciais que toma. Há nessa seara os que se promovem porque as decisões atendem aos interesses da sociedade, como há os que caem em desgraça porque contrariam os anseios de uma população diuturnamente vilipendiada em seus direitos pelo Estado.
Se ordem é pedir impeachment de algum ministro do STF por causa do recente julgamento, que a ação comece por José Antonio Dias Toffolli, que de maneira vexatória defendeu até a última gota os petistas acusados na Ação Penal 470. A atuação de Toffoli, um primário em termos jurídicos, foi simplesmente vergonhosa e atendeu ao que fora combinado à época de sua nomeação. Fosse coerente, Dias Toffoli se declararia impedido de participar do julgamento do processo do mensalão, pois advogou para o PT, trabalhou com José Dirceu e foi Advogado-Geral da União.
Essa tentativa traduz com clareza o desespero do PT com a repercussão negativa sobre a legenda que a prisão de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares terá sobre a legenda. O partido deve se dar por satisfeito com o resultado do maios longo julgamento da história do STF, pois de fora das acusações ficaram as conexões entre os casos Celso Daniel e Mensalão do PT, além dos outros financiadores do caixa do escândalo, que movimentou muito mais do que R$ 300 milhões. De acordo com Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, a ideia era que o mensalão abastecesse o partido com R$ 1 bilhão.