Barril de pólvora – O escândalo de Rosemary é de proporções absurdas, mas a sociedade em sua maioria está mais interessada na pulada de cerca de Lula, quando deveria estar preocupada com os casos de corrupção patrocinados pela quadrilha que foi pega pela Polícia Federal na esteira da Operação Porto Seguro.
O teor explosivo do imbróglio obrigou Lula a montar uma equipe para manter Rosemary Nóvoa de Noronha, sua amante, sob silêncio obsequioso. Do grupo fazem parte o fiel escudeiro do ex-metalúrgico e seu trem pagador, Paulo Okamotto, o ex-ministro Luiz Dulci, e o advogado criminalista Celso Vilardi, muito ligado a Márcio Thomaz Bastos, que recusou a defesa da ex-chefe de gabinete do escritório paulista da Presidência por sua proximidade com Lula.
Rosemary de Noronha, que mandava e desmandava à sombra do fato de ser a namorada de Luiz Inácio da Silva, tem enviado ao PT mensagens nada ortodoxas. Na verdade, Rose, como era conhecida, tem ameaçado o partido de revelar o que sabe caso seja abandonada. Fora isso, a Marquesa de Garanhuns afirmou que arrastará ao olho do furacão muito mais gente do que se pode imaginar.
O PT vive momentos de extrema tensão nos bastidores, pois o escândalo pode resvalar também no governo da presidente Dilma, que manteve então chefe de gabinete no cargo a pedido de Lula.
Mas como sempre acontece, em termos políticos o escândalo deve dar em nada. No Congresso Nacional, o PMDB, que até dias atrás ameaçava se rebelar, agora pensa em trocar o apoio a Rose pela presidência da Câmara e do Senado.