Marcha à ré – Confirmando as expectativas, instituições do mercado financeiro reduziram, pela quarta semana consecutiva, a projeção para o crescimento da economia, de acordo com pesquisa feita pelo Banco Central (BC). A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, este ano, passou de 1,27% para 1,03%. Para 2013, também houve redução, de 3,7% para 3,5%.
Para a produção industrial, a projeção de retração neste ano passou de 2,38% para 2,27%. Em 2013, a expectativa é que haverá recuperação, com crescimento de 3,75%. Apesar da expectativa de expansão, as projeções estão em queda há duas semanas. A estimativa anterior era 3,82%.
A projeção para a cotação do dólar foi ajustada de R$ 2,07 para R$ 2,08, este ano, e de R$ 2,06 para R$ 2,08, em 2013. A previsão para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) foi mantida em US$ 20 bilhões, este ano, e passou de US$ 15,52 bilhões para US$ 15,6 bilhões em 2013.
A situação deve piorar com as últimas medidas tomadas pelo governo, que liberou as travas para o ingresso de dólar no País. Com isso, o Real se valorizará diante da moeda norte-americana e a competitividade dos produtos brasileiros no exterior cairá, prejudicando o setor de exportação. Fora isso, a obsolescência dos portos brasileiros encarece os custos de transporte marítimo.
Esse cenário resistente de crise decorre da teimosia dos ocupantes do Palácio do Planalto em não realizarem as necessárias mudanças estruturais, deixando de lado medidas pontuais e de efeito curto e duvidoso.
Apresentada ao eleitor brasileiro como grande e eficiente gestora, Dilma Rousseff tem encontrado sérias dificuldades para lidar com a bolha de virtuosismo lançada por Lula e que começa a estourar. Como falar em herança maldita seria uma espécie de tiro no pé, Dilma continua dourando a pílula e mantendo a população bem distante da dura e preocupante realidade.