Reticências criminosas – Presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do processo do Mensalão do PT, o ministro Joaquim Barbosa anunciou, na segunda-feira (17), o fim do julgamento da Ação Penal 470, o que impede que as sentenças proferidas sejam modificadas, exceto através de recursos que convençam os magistrados.
Como se fosse uma saga, o Mensalão do PT ainda não acabou, pois o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, terá de decidir se abre ou não processo investigatório com base no recente depoimento de Marcos Valério, que revelar ainda mais sobre o maior escândalo de corrupção da história brasileira.
Considerando que o projeto do PT era abastecer o caixa do partido com R$ 1 bilhão, segundo declaração de Silvio Pereira, é correto afirmar que o caixa do mensalão movimentou muito mais dinheiro do que os valores desviados dos cofres públicos. A movimentação, anotem, superou com folga a marca dos R$ 500 milhões.
Como já noticiou o ucho.info, os empréstimos fictícios serviram para a repatriação do dinheiro das propinas cobradas em Santo André, à época da administração de Celso Daniel, e que foi remetido ao exterior.
Fora isso, alguns empresários que intentavam realizar negócios com governo federal se valeram de estratégias escusas para fazer o dinheiro chegar às mãos do partido. Uma das saídas encontradas foi o superfaturamento de campanhas publicitárias feitas pelas agências de Marcos Valério para empresas de telefonia celular. A diferença entre o real valor da campanha e o que foi pago alimento o caixa do Mensalão do PT.
Esses detalhes, como já noticiamos, ligam o escândalo do Mensalão do PT ao brutal assassinato de Celso Daniel e à Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Caso o Ministério Público Federal optar pelas investigações, o mensalão será como a saga Crepúsculo, que sempre tem um novo filme prestes a estrear.
