Por pouco – Aconteceu o que era esperado, o que estava previamente combinado. Apesar das graves denúncias de corrupção, o deputado Henrique Eduardo Alves, do PMDB potiguar, é o novo presidente da Câmara e substituirá o petista Marco Maia (RS) no cargo.
Alves, que foi eleito com o apoio do PT, que em 2014 cobrará uma contrapartida pesada, contou com 271 votos e ficará no comando da Câmara até o final de janeiro de 2015. A eleição do ex-líder do PMDB mostra que o partido está rachado, apesar de o eleito negar o fato. A Câmara tem 513 deputados e a eleição se dá por maioria simples, ou seja, 257 votos caso todos compareçam para votar. Como votaram 494 deputados, Henrique Eduardo Alves teve apenas 23 votos a mais que o mínimo necessário para evitar o segundo turno.
O novo presidente da Câmara disputou a presidência da Casa com Rose de Freitas (PMDB-ES), que recebeu 47 votos; Júlio Delgado (PSB-MG), com 165 votos; e Chico Alencar (PSOL-RJ), com 11 votos. Vale lembrar que o PSB, de Júlio Delgado, que foi o relator do processo de cassação de José Dirceu, é um dos partidos da base de apoio do governo Dilma. O presidente nacional da legenda, governador Eduardo Campos, de Pernambuco, é, no momento, a mais forte ameaça ao da petista Dilma Rousseff se reeleger em 2014.
O resultado da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados deve ser analisado com muito cuidado pelo Palácio do Planalto e mostra que a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, responsável pela articulação política, trabalhou mal e mais uma vez fracassou. Ideli deve deixar a secretaria na minirreforma agendada para este mês, mas o estrago refletirá na votação das matérias de interesse do governo.