Excesso de ousadia – Presidente nacional do Partido Progressista, o senador Francisco Dornelles (RJ) deve uma explicação aos brasileiros sobre a chegada de um representante dos bicheiros do Rio de Janeiro à 2ª Secretaria da Câmara dos Deputados. Sem se importar com o que pensa a opinião pública, já cansada de uma classe política que só cuida dos próprios interesses e tem vocação inconteste para a corrupção, o PP instalou na Mesa Diretora da Câmara ninguém menos que Simão Sessim, deputado federal pelo Rio de Janeiro e interlocutor dos contraventores fluminenses no parlamento.
Sessim teve o nome incluído no relatório da Operação Hurricane, da Polícia Federal, ao lado da então deputada federal Marina Maggessi, também do Rio de Janeiro, delegada de polícia que sempre usou as ações espetaculosas para estar em evidência. Sessim e Maggessi foram acusados de receber dinheiro dos operadores do jogo ilegal no Rio de Janeiro, mas não se incomodaram com as sérias e graves acusações feitas pela PF, dando sequência à vida como se nada do que foi descoberto durante as investigações fosse verdade.
Simão Sessim é primo de Aniz Abraão David, patrono da escola Beija-Flor de Nilópolis, cidade onde o parlamentar do PP mantém o seu reduto eleitoral. Simão é pai do ex-prefeito da cidade fluminense, Sérgio Sessim, que em sua administração manteve um bisonho contrato, no valor de R$ 2 milhões, com a empresa “Formato Friburgo” para a manutenção de escolas e praças públicas da cidade. A “Formato Friburgo” pertence ao empresário Sávio Silva Oliveira, o “Savinho das Maquininhas”, cunhado de Anízio e também investigado pela Polícia Federal.
Caso Francisco Dornelles não tenha o que explicar, poderá dizer ao povo brasileiro, já cansado das galhofas dos políticos, que Simão Sessim é um ferrenho defensor da família. Não sem antes defender a liberação do jogo no Brasil, pois é também para esse fim que ele está em seu nono mandato consecutivo de deputado federal.