Cegueira oficial – Jamais o Brasil viveu um período de descaso e mentiras oficiais como nos últimos dez anos. Lula, que insiste em participar da história como a personificação da mentira, é um mitômano incorrigível, ungido diariamente pelos incautos como a derradeira solução do planeta. E coube ao ex-metalúrgico deflagrar esse tsunami de mentiras que devasta o País.
Em meados de 2006, quando se preparava para a campanha à reeleição, o então presidente disse, sem qualquer esboço de rubor facial, que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Uma das maiores mentiras vociferadas nos últimos tempos, pois a realidade do setor continua provando o inverso. Pessoas morrem na fila dos hospitais à espera de atendimento médico ou padecem em suas próprias casas enquanto aguardam o agendamento de uma cirurgia.
A saúde pública só não está em piores condições porque a saúde privada, que também capenga por um causa de repentina enxurrada de associados, consegue, mesmo que em condições questionáveis, fazer o que o Estado não consegue.
De acordo com o estudo “Demografia Médica no Brasil, a taxa de médicos no Sistema Único de Saúde, que Lula classificou como barato e eficiente, é metade da média registrada no País. Coordenado por Mário Schefer, o trabalho, que teve os resultados divulgados nesta segunda-feira (18), aponta que nos serviços públicos de saúde a razão é de um 1,11 médico para cada mil habitantes, enquanto a relação geral é de 2 para cada mil. Ou seja, a medicina privada participa nesse cenário com 3 médicos para mil habitantes.
O assunto já foi largamente noticiado e detalhado pelo ucho.info, mas as autoridades federais preferem anunciar medidas pirotécnicas para esconder a verdade. Pouco resolve o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciar que a partir de agora decidirá onde serão abertas novas faculdades de Medicina no País, se o médico não encontrar situação econômica condizente que o faça permanecer em sua cidade ou em seu estado.
Trata-se de uma questão óbvia, mas que o governo federal tem uma enorme dificuldade para enxergar. Para se ter ideia do desequilíbrio demográfico de médicos no País, a cidade de São Paulo tem um médico para cada 260 habitantes. Isso se dá porque em São Paulo, assim como em outras importantes capitais, as possibilidades de ganho são maiores. A maior concentração de médicos no Brasil se dá nas regiões Sul e Sudeste.
O segredo não está em limitar a criação de faculdades de medicina em determinadas regiões, mas em fazer com que os mercados carentes de médicos sejam atrativos financeiramente para esses profissionais. Do contrário, o Brasil continuará sendo vítima de êxodo de profissionais, que buscarão nos grandes centros as oportunidades que o restante do País não proporciona.