Chave de hospício – Lula continua fugindo da impressa, mas diz que essa não lhe dá espaço. Por causa da fuga que dura mais de três meses, o ex-metalúrgico agora se manifesta apenas por meio de notas, artigos e discursos direcionados.
Na tentativa de defender Hugo Chávez, cuja morte foi anunciada oficialmente na terça-feira (5), Lula escreveu, em artigo publicado no jornal “The New York Times”, que a história apontará o papel do caudilho bolivariano na integração da América Latina, durante o período em que esteve à frente do governo da Venezuela.
Não é preciso esperar um dia sequer para saber o papel de um tirante que deflagrou um processo de união de nações tendo como base o modelo moderno da ditadura socialista, que não deixa de ser um regime de exceção disfarçado.
Por viver em uma democracia, Lula tem o sacro direito de manifestar seu pensamento, mesmo que seja para ludibriar a opinião pública, mas não há como contestar o incontestável. O petista é tão abusado, que ousou escrever que nas áreas de saúde pública, habitação e educação o companheiro Chávez elevou o padrão de dezenas de milhões de venezuelanos.
É preciso dar razão a Lula. A saúde pública na Venezuela melhorou tanto nos últimos anos, que Hugo Chávez preferiu se tratar em Cuba, apesar de saber que isso significaria arriscar a própria vida. Sessões de quimioterapia são tão simples em termos de procedimento, que qualquer posto de saúde tem capacidade para realizar.
Em relação à educação, só quem conhece a Venezuela sabe o quanto o setor evoluiu sob o manto mitômano de Chávez. No caso da habitação, a enorme melhoria citada por Lula em seu artigo do NYT pode ser conferida na própria capital do país, onde sobram favelas, o que os venezuelanos chamam de “ranchitos”.
Que Lula é um adepto da mentira todos sabem, mas agora ele resolveu mesclá-la com mais doses de ironia. O petista afirmou em vídeo, divulgado na quarta-feira (6), que Hugo Chávez foi um homem “80% de coração e 20% de razão, como devem ser todos os homens do mundo”. Com inúmeros títulos de doutor honoris causa, Lula poderia nos explicar se para socializar a miséria Chávez usou o coração ou a razão. É preciso saber o que Chávez usou para convencer o índio-cocalero Evo Morales a desapropriar uma unidade da Petrobras na Bolívia, causando prejuízos milionários aos contribuintes brasileiros. Será que o caudilho usou o coração ou a razão?
Se todos os homens forem como Hugo Chávez, a Terra há de se transformar na versão agigantada do inferno, onde reinará o despotismo, a corrupção, a truculência e a miséria.
Lula está tão desequilibrado em termos de pensamento, que arriscou afirmar que Chávez recuperou a autoestima do povo venezuelano. Ou seja, vender a ideia da miséria linear é recuperar a autoestima, Lula? Mas o ex-presidente brasileiro não parou com seu besteirol, que certamente faria Stanislaw Ponte Preta gargalhar, e disse que “a América do Sul vive um momento excepcional, e o Chávez tem muito a ver com isso”.
Lula, o convite para um debate, do tipo olho no olho e sem direito a assessores e anotações, está de pé. Como sua fuga é algo que um dia há de terminar, fica a sugestão para que o debate seja sobre essa pujança da Venezuela que 99% das pessoas do planeta não conseguem enxergar. Ou será que essa Venezuela está em Marte?
Lula, aceite um conselho dos que fazem ucho.info, que lhe dedica oposição séria e responsável. Contente-se com a condição de ex-presidente, que para alguém com o seu perfil é o topo do Olimpo.