Protestos contra pastor eleito para presidir Comissão de Direitos Humanos são discriminatórios

Sem razão – Deputado federal pelo PSC paulista, o pastor Marco Feliciano foi eleito nesta quinta-feira (7) presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Por causa de protestos de manifestantes que acusavam o parlamentar de homofóbico, a eleição, que deveria ser concluída na quarta-feira foi suspensa.

A polêmica que envolve a eleição de Marco Feliciano é descabida, por mais que prevaleça na sociedade o pensamento de que os evangélicos são contra a homossexualidade. Feliciano chegou à presidência da Comissão na esteira de articulações políticas e de um setor dessa mesma sociedade que se faz representar no parlamento. O Brasil só está na situação atual em decorrência do desinteresse que a extensa maioria tem em relação à política.

A democracia é o equilíbrio de forças e o convívio pacífico de opiniões divergentes, o que não significa que um grupo deve atropelar o outro ou vice-versa, o que configura ditadura. Em outras palavras, se eventualmente o pastor Marco Feliciano é contra a homossexualidade por questões religiosas, isso não significa que seja homofóbico. De igual modo, a sociedade, que precisa ser plural, não pode se render à pressão de uma ditadura que se ergue na seara da homossexualidade e outros quetais.

A imposição por meio da força de uma ideia ou comportamento fere de morte a democracia. Vale lembrar que a Comissão de Direitos Humanos é formada pro representantes de todas as correntes políticas e ideológicas, ao mesmo tempo em que as decisões não são tomadas monocraticamente. É preciso maioria de votos para a aprovação de uma matéria e os interessados nos temas correlatos que acompanhem as discussões e votações e se façam representar.

A incompetência do governo, a omissão continua do Estado e um emaranhado de leis – muitas vezes inócuas ou oportunistas – transformaram o Brasil em terreno fértil para um exceções, como acontece no caso das quotas em universidades. Reza a Constituição Federal que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Sendo assim, não há razão para se protestar contra a eleição do deputado Pastor Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos.

Querer impor à sociedade a tese de que todos evangélicos são homofóbicos é o mesmo que aceitar a ideia de que todos os motociclistas são assaltantes, apenas porque os ladrões usam motocicletas em suas ações para facilitar a fuga.

O equilíbrio de pensamento diante de fatos supostamente fora dos padrões é necessário, sob pena de o País se transformar em cenário de guerra de guetos. Citamos como exemplo as nossas matérias sobre a atuação do crime organizado no Vaticano, mas em nenhum momento pasteurizamos a opinião de que todos os integrantes da Igreja Católica são marginais ou colocamos em xeque o catolicismo e o cristianismo.

Fatos históricos comprovam e embasam nossas matérias, que jamais externaram qualquer viés de leviandade ou de falsa acusação. Apenas relatamos aos leitores a realidade do cotidiano da Praça São Pedro, apesar de alguns leitores terem se voltado contra o editor do site.

O mesmo comportamento deve ser adotado em relação o Pastor Marco Feliciano, que foi eleito democraticamente e tem a prerrogativa constitucional de concorrer a qualquer cargo dentro do parlamento.