Baile do adeus – A chantagem que José Serra faz com a cúpula do PSDB pode sair pela culatra. Candidato derrotado à prefeitura de São Paulo, em 2012, ocasião em que perdeu para o petista Fernando Haddad, o tucano ameaça deixar o PSDB caso não chegue à presidência da legenda.
Para manter a ameaça, Serra tem se apoiado no convite feito pelo PPS, que lhe daria a presidência da legenda com o compromisso de que ele apoie a candidatura do governador Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, ao Palácio do Planalto. Firme no propósito de ter José Serra na legenda, o PPS pode antecipar a fusão com o PMN.
José Serra não está como o cacife político em alta a ponto de fazer uma chantagem dessa natureza. Desagregador e quase sempre de mau humor, Serra viu nos últimos meses o encolhimento do seu grupo de aduladores, os quais o PSDB quer ver longe.
Não se trata de deixar de reconhecer as conquistas administrativas de Serra nos diversos cargos em que esteve no Legislativo e no Executivo, mas o PSDB vive um momento de necessidade de renovação, o que não combina com as pretensões do tucano que ameaça bater asas.
Ignorar a história de Serra dentro do partido, desde sua fundação, desconhecimento político, mas o PSDB precisa se ver livre dessa força que continuamente racha o partido. Do contrário, continuará como representante de uma oposição enfraquecida pelos criminosos conluios palacianos.