(*) Lígia Fleury –
Com a caxirola, os professores podem trabalhar melhor alguns saberes como ritmo, velocidade, força e distância nos arremessos, material reciclável, raciocínio lógico, interpretação de mensagens subliminares, entre outras.
Esses só para começar.
Minha indignação é simplista até demais. Mas é para chegar aos simplistas mesmo.
Ocupamos os últimos lugares mundiais em qualidade de Educação e a Presidenta consegue fazer um “discurso” sobre caxirola.
Será que somos mesmo um povo que merece ser tão subestimado?
Creio que sim, porque tenho certeza que quando os jogos mundiais invadirem nosso país, estaremos alegres e otimistas, ocupados em torcer e comemorar com caxirola. Se o Brasil perder algum jogo, o mínimo que pode acontecer é uma montanha feita de caxirolas para, quem sabe, ser reaproveitada no próximo Carnaval, afinal é reciclável!
Verba para água no Nordeste nem pensar!
Verba para Educação nem pensar!
Estádios sem segurança são reformados em função de um evento mundial. Quem se importa com a segurança do povo brasileiro? A preocupação é com os estrangeiros; se fosse conosco, simples brasileiros, poderiam continuar como antes. Alguém duvida?
E com a Educação? Milhares de crianças fora das escolas, cursos e mais cursos que não preparam profissionais competentes, matrizes curriculares obsoletas, abismo entre tendências mundiais e realidade brasileira. Em Educação estamos sempre nos últimos lugares…
Quem sabe se com caxirolas o ensino decola. E, se isso não acontecer, podemos tentar oferecer capas de chuva para os alunos das escolas com goteira, para que eles não arranjem desculpas para as faltas ou para as carteiras molhadas.
Que tal?
Capas de chuva e caxirolas. Agora vai!
(*) Lígia Fleury é psicopedagoga, palestrante, assessora pedagógica educacional, colunista em jornais de Santa Catarina e autora do blog educacaolharcomligiafleury.blogspot.com.