Impasse internacional – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou na segunda-feira (8) que o governo recebeu um pedido de asilo de Edward Snowden, ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, que revelou o esquema de espionagem global do governo norte-americano.
“Ele agora terá que decidir quando voará para cá”, declarou Maduro, dando a entender que Snowden terá de chegar por conta própria a Caracas, onde certamente será recebido como herói, até porque o herdeiro político de Hugo Chávez precisa criar um factóide para camuflar o fiasco de um regime que dedica-se à socialização da miséria.
Além da Venezuela, o ex-consultor recebeu oferta de asilo da Nicarágua e da Bolívia. Snowden, que teve o passaporte cancelado pelo governo dos EUA, continua na área de trânsito de um aeroporto de Moscou, onde desembarcou há mais de duas semanas.
Faturando politicamente com o caso, Maduro declarou que “vários países, um asilo humanitário coletivo, da nossa América Latina humana dizem a esse jovem: você está sendo perseguido pelo império, venha para cá”.
Na segunda-feira (8), a Casa Branca advertiu que o caso contra Edward Snowden por espionagem “é sólido” e, portanto, “ele deve retornar aos Estados Unidos”.
Aceito o pedido de asilo, Snowden terá uma nova e árdua batalha pela frente. Com o governo russo exigindo o fim do impasse, o ex-consultor da NSA não tem como deixar o país sem um documento válido, mas precisa encontrar uma solução com urgência.
A única alternativa seria Nicolás Maduro, por exemplo, conceder cidadania venezuelana ao atual inimigo número um do governo dos Estados Unidos, que na comunidade internacional enfrenta situação cada vez mais complexa, mas não perderá essa batalha tão facilmente. Do contrário, a Edward Snowden resta se acostumar com a ideia da extradição.