Virou baderna – Em tese o recesso branco do Congresso Nacional deveria terminar na próxima quinta-feira, 1º de agosto. Como no Brasil a teoria está a anos-luz da prática, deputados federais e senadores retornarão ao trabalho somente no dia 6 de agosto, uma terça-feira. E isso só se dará de forma plena na parte da tarde, pois nenhum desses doutos representantes do povo brasileiro é de ferro.
Em qualquer empresa privada, o funcionário que decidir prorrogar o período de férias por conta própria, sem justificativa convincente, no mínimo terá os dias descontados. Diante de um caso como esse, a lógica determina que o alarife seja demitido por justa causa.
O Brasil é o país do faz de conta e a população sequer se importa com esse tipo de ousadia, pois não sabe quanto custa por dia o Congresso Nacional. Para quem não sabe, o parlamento brasileiro custa a bagatela de R$ 23 milhões por dia. Como os parlamentares enforcarão três dias de trabalho, o Brasil jogará no lixo R$ 69 milhões, o que equivale a 101.769 salários mínimos.
Os leitores não devem se preocupar com o esforço descomunal que deputados e senadores fazem ao longo do ano, pois no próximo dia 6 de agosto, quando “Vossas Excelências” aterrissarem na capital dos brasileiros, salários e outros badulaques financeiros já estarão depositados nas respectivas contas bancárias.
Mesmo assim, há quem acredite que é possível mudar o Brasil, mesmo que demore um pouco para alcançar essa proeza. Somente quando a sociedade se interessar pela política é que será possível pensar em mudanças. Do contrário, o melhor a se fazer é aceitar a embromação de sempre, pois política é negócio milionário e privilégio de uma minoria.