Bagunça oficial – O governo petista de Dilma Vana Rousseff insiste em ser merecedor de descrédito. Ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que deve deixar o governo em breve, foi informada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que Eduardo Gaievski, nomeado como assessor especial da pasta, era investigado por pedofilia. Gaievski teve a prisão decretada na última sexta-feira (23) por “estupro de vulnerável”.
Não bastasse a informação fornecida pela Abin, Gleisi sabia do caso, pois seu estafeta era investigado, há pelo menos três anos, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná. Fora isso, o escândalo é notório na região Sudoeste do Paraná. Prefeito da cidade paranaense de Realeza por dois mandatos, Eduardo Gaievski foi alvo de atentado dentro da prefeitura. O pai de uma menina de 13 anos, violentada por Gaievski, invadiu o paço municipal e decidido a matá-lo com uma faca. Foi contido por um segurança, mas o escândalo foi grande.
Apesar do histórico estarrecedor, a ministra decidiu levar Eduardo Gaievski para trabalhar a poucos passos da presidente Dilma Rousseff, apenas porque considerou que sua capacidade de articulação política era imprescindível para seu projeto de se eleger governadora do Paraná pelo PT em 2014. O assessor retribuiu a confiança. Em 5 de março deste ano, Gaievski promoveu, em Brasília, o encontro da ministra com 80 prefeitos do interior do Paraná.
Infelizmente para a ministra, na última sexta-feira, o assessor a expôs na mídia de forma bem menos confortável. Se Gleisi Hoffmann acalentava o sonho de chegar ao Palácio do Iguaçu, sede do Executivo paranaense, a partir de agora o melhor é se contentar com o mandato de senadora e deixar o tempo passar. Do contrário, terá de enfrentar o assunto durante a campanha ao governo do Paraná.
Não por acaso, Gleisi embarcou para a China na sexta-feira, na companhia do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), onde tentará arregimentar investidores para o processo de retomada das ferrovias brasileiras.