Parou por quê? – Muito estranhamente, como se mágica fosse, o “Siemensgate”, escândalo do cartel liderado pela empresa alemã para fornecer trens ferroviários e metroviários ao governo de São Paulo, saiu do noticiário nacional. Depois de duas semanas de intensa dedicação ao caso por parte da imprensa, que foi beneficiada por vazamento de documentos pelo Cade, o assunto perdeu força e acabou dando lugar a outros temas, como o da espionagem dos Estados Unidos.
Pode parecer estranho para quem não acompanha os bastidores da política nacional, mas as investigações acabaram chegando ao próprio Ministério da Justiça, como antecipou o ucho.info. O assunto que faz a interface com a Siemens é um processo de integração de todos os sistemas de segurança dos estádios que receberão jogos da Copa do Mundo, em 2014.
Fora isso, o governo do PT conta com a participação da Siemens em pelo menos uma dúzia de obras federais, o que fez com que o partido recuasse em suas acusações contra governador paulista, o tucano Geraldo Alckmin.
Independentemente do recuo do PT, o importante é que o escândalo seja elucidado de qualquer forma, pois o povo não pode ser usado como massa de manobra, estando vulnerável a informações de interesse de um ou outro partido. Fato é que há uso de dinheiro público no Metrô e CPTM e o caso precisa ficar esclarecido a qualquer custo.
Para um partido que vinha insistindo no tema diuturnamente, o recuo do PT é no mínimo estranho. Se não for medo de que algo maior e mais imundo venha à tona, por certo tem um acordo espúrio de bastidor. É importante que a população esteja atenta e cobre os resultados das investigações dos governos federal e paulista. Até porque, petistas e tucanos agora contam com a famosa e fraca memória do brasileiro.