Barril de pólvora – A visita que a ministra Gleisi Hoffmann (PT) tinha programado para o último sábado (21), com o objetivo de acalmar o pedófilo Eduardo Gaievski, fracassou. O encontro, que deveria ser secreto, vazou na imprensa e Gaievski, depois de flagrado intimidando testemunhas de dentro do Centro de Triagem de Curitiba, foi transferido para a Casa de Custódia e colocado no isolamento.
Para complicar a situação, Gleisi, em entrevista concedida no sábado, em Curitiba, negou que tivesse a intenção de visitar o pedófilo. O teor da entrevista chegou a Eduardo Gaievski, que redobrou o seu estado de fúria.
Conhecedor dos bastidores do poder, principalmente do Palácio do Planalto, Gaievski acredita que se a ainda ministra quisesse de fato falar com ele já teria encontrado uma saída. Extremamente irritado com a antiga chefe, o delinquente sexual entende que Gleisi roeu a corda, não cumpriu o combinado e deve arcar com as consequências. “Ninguém vai me transformar em um novo Celso Daniel”, disparou através dos advogados.
A referência é ao então prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, que montou na cidade um esquema de arrecadação de fundos (leia-se propinas) para o Partido dos Trabalhadores, mas acabou covarde e brutalmente assassinado em 2002, quando se desentendeu com outros membros da quadrilha sobre a destinação dada ao dinheiro da corrupção. A ideia inicial era alimentar o caixa da campanha de Lula à presidência, mas alguns alarifes decidiram comprar mansões campestres nos arredores de São Paulo.
Gaievski alerta que tem documentos que comprovam tudo o que sabe, acompanhado de provas de irregularidades e ilícitos. O material, um arquivo no melhor estilo bomba-relógio, foi copiado e distribuído a amigos e parentes do pedófilo. Todos, sem exceção, têm a orientação de encaminhar o material para a imprensa caso algo lhe aconteça. “Se qualquer coisa me acontecer a casa cai”, avisa.