Faca amolada – O nome da petista Gleisi Hoffmann, que caiu em desgraça no Palácio do Planalto, foi inserido na primeira leva da reforma ministerial a ser deflagrada pela presidente Dilma Rousseff no começo do próximo ano, mas a degola da ainda chefe da Casa Civil pode ocorrer muito antes do esperado.
Com o surgimento de novas evidências que comprometeriam a senadora paranaense, as ameaças do “companheiro” Eduardo Gaievski, preso em Curitiba, de revelar o que sabe sobre o PT, e os efeitos colaterais dos escândalos do delinquente sexual na Casa Civil levaram a presidente a antecipar a demissão de Gleisi para o início de dezembro, mas sua ejeção do cargo pode acontecer já no próximo mês. Preocupada com os baixos índices de aprovação, Dilma não quer ser surpreendida por novos escândalos, os quais já começam a rondar a sede do governo, em Brasília.
Oficialmente, a demissão de Gleisi, cinco meses antes do fim do prazo legal de desincompatibilização, ocorrerá para que a petista tenha mais tempo para preparar sua campanha rumo ao Palácio Iguaçu e para que possa defender os interesses do governo federal no Senado.
Apesar desse enredo rocambolesco que será usado como desculpa, a verdade que existe por trás da decisão de antecipar a demissão de Gleisi é bem diferente. Dilma está enfurecida com as repercussões do caso Gaievski, que não sai da mídia, e com as seguidas demonstrações de incompetência daquela que deveria ser sua mais importante colaboradora. O desejo de Dilma disposição era de demitir Gleisi imediatamente, mas foi convencida por assessores e pela cúpula petista que com a medida a senadora sairia “queimada” do governo, podendo o PT ficar sm candidato no Paraná para enfrentar o governador Beto Richa (PSDB).
Na prática, Dilma quer se livrar logo de uma auxiliar inepta, que só contribuiu para emperrar os programas de concessões de portos, rodovias e ferrovias , criou conflitos inúteis com os índios e deixou até as Apaes em pé de guerra com o governo. O caso Gaievski (braço direito de Gleisi na Casa Civil, acusado de 40 crimes sexuais, 26 estupros de menores, 17 deles de vulneráveis, menores de 14 anos) é apenas o mais explosivo exemplo da incompetência da ministra para escolher seus assessores (tem pelo menos quatro que ocupam cargos chave na Casa Civil, enrolados em escândalos diversos).
Dilma Rousseff já teria escolhido o substituto de Gleisi Hoffmann. Trata-se de Carlos Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência, que recentemente ganhou espaço no noticiário político nacional quando descobriu-se ser ele o piloto da moto que teria levado a presidente na garupa em um passeio noturno por Brasília.