Tensão total – Os recados de Eduardo Gaievski, ex-assessor especial de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, de que pode contar tudo o que sabe, acenderam a luz vermelha no PT. Os petistas estão empenhados em uma operação que pode culminar com a transferência do pedófilo (preso por suspeita de praticar 40 crimes sexuais, entre eles 28 estupros, 17 contra vulneráveis) da Casa de Custódia de Curitiba, um presídio de segurança máxima, para a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, onde as fugas não são incomuns e o bloqueio de celulares é considerado precário.
A cidade de Francisco Beltrão, para onde Gaievski pode ser transferido, está localizada a 492 quilômetros de Curitiba e a apenas 70 quilômetros do Paraguai. Era justamente para o Paraguai que Gaievski estava fugindo quando a Polícia Civil do Paraná prendeu-o em 31 de agosto, em Foz do Iguaçu. A cidade fica a apenas 59 km de Realeza, onde Gaievski foi prefeito duas vezes e cometeu grande parte de seus estupros. É em Realeza onde residem até hoje suas vítimas. Vítimas como a menina virgem de 14 anos, cujo estupro Gaievski relata em áudio repulsivo postado no YouTube.
Se Gaievski for transferido para Francisco Beltrão, sua simples proximidade tende a intimidar suas vítimas, pessoas simples e muito pobres, que o enxergam como um homem muito poderoso. Afinal, foi prefeito da cidade em dois mandatos seguidos e depois foi levado por Gleisi Hoffmann para um cargo importante no governo federal, com a responsabilidade de cuidar de políticas relativas a menores.
Mas o pedófilo já demonstrou que sua periculosidade, mesmo atrás das grades, vai muito além da intimidação pelo poder que já desfrutou. Logo após a prisão, Gaievski foi levado para uma prisão de baixa segurança, o Centro de Triagem de Curitiba. Lá foi flagrado enviando e-mails por celular para seu advogado, Rafael Seben, com minuciosas instruções sobre como localizar e intimidar suas vítimas para que mudassem os depoimentos.
Secretários municipais da prefeitura de Realeza, que continua nas mãos do PT, foram flagrados agindo para intimidar vítimas de Gaievski. Bolsa de estudos dada pela prefeitura a uma das vítimas foi suspensa e o avô de outra menor estuprada foi despejado de um viveiro da prefeitura onde morava, porque a neta não quis mudar o depoimento em que denunciava ter sido estuprada pelo ex-prefeito.
A proximidade com o Paraguai é outro elemento que assusta e preocupa as vítimas do pedófilo. A Penitenciaria Estadual de Francisco Beltrão não é conhecida pelo alto grau de segurança. Em 8 de junho passado, cinco presos fugiram de lá sem maiores dificuldades. Simplesmente renderam o carcereiro quando este foi servir o café da manhã. Nenhum foi recapturado. Uma vez no Paraguai, ninguém mais pegará Gaievski. O pedófilo tem parentes e amigos com grandes propriedades rurais no vizinho país.