Monstro do sexo – O advogado Natalício Farias, que representa quatro vítimas do pedófilo Eduardo Gaievski e atua como assistente de acusação contra o ex-assessor de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, foi peça fundamental para a prisão do delinquente sexual, revela estar muito preocupado.
Apesar da prisão de Gaievski, do seu filho (André Willian Szpak Gaievski) e do secretário municipal de Administração de Realeza, Fernandes Borges, além da decretação da prisão de dois irmãos (Francisco Romano e Edmundo Rafael) do monstro da Casa Civil, todos envolvidos na intimidação de testemunhas, as pressões e ameaças contra as vítimas de estupro continuam.
“À medida que se aproxima a data da primeira audiência de Gaievski, são maiores as pressões e as ameaças contras as vítimas do pedófilo. Eles estão enlouquecidos para conseguir mudar depoimentos. Existe o temor de que, no momento em que se vir sem saída, prestes a pegar uma longa pena de prisão, ele resolva contar tudo o que sabe. Até o dia 21 de novembro, data da audiência de Gaievski, tudo pode acontecer. Vamos viver dias de horror em Realeza”, prevê o advogado.
Natalício Farias, que enfrentou o poderoso PT de Realeza – que tem fortes conexões com o PT estadual e federal – para fazer justiça às vítimas de Eduardo Gaievski, sabe do que está falando. Gaievski foi prefeito duas vezes (2005-2012) e fez o sucessor, também do PT. Logo depois, foi chamado por Gleisi Hoffmann para ser assessor especial da Casa Civil, onde foi encarregado de cuidar de políticas relativas a menores (combate ao crack, construção de creches) e o programa “Mais Médicos”. Mesmo preso, Gaievski ainda é muito influente e temido na cidade.
Eduardo Gaievski foi investigado pelo Ministério Público do Paraná por mais de três anos. Foram encontrados elementos para acusá-lo da autoria de pelo menos 40 crimes sexuais, entre eles 26 estupros, favorecimento à prostituição, crime de responsabilidade, além de uso de cargos na prefeitura de Realeza para obter sexo e uso de veículo oficial para consumar estupros. A avaliação é de que ele possa ter cometido dez vezes mais estupros do que os 26 de que é formalmente acusado.
Em rodas de amigos, o pedófilo se gabava de ter tido relações com mais de 200 menores. Guardava no celular fotos de 50 meninas nuas e em gravação, postada no YouTube e que está sendo periciada pelo Ministério Público, um homem identificado como Gaievski relata em detalhes o estupro de uma “menina virgem”.