Pegando carona – Após mais de oito anos da eclosão do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional de que se tem notícia, o Supremo Tribunal Federal conseguiu finalmente chegar ao ponto de mandar à prisão os responsáveis pelo esquema de compra de parlamentares por meio de mesadas. Como sempre acontece, os partidos ligados aos condenados reforçaram o apelo à teoria da vitimização, como se os envolvidos no imbróglio fossem inocentes.
Na última década, o Brasil foi tomado por uma crescente sensação de impunidade, fase inaugurada com a chegada de Luiz Inácio da Silva ao Palácio do Planalto. A bordo do discurso maroto de que desconhecia qualquer ato de corrupção, o agora lobista Lula incentivou os brasileiros ao cometimento de transgressões das mais variadas, fazendo com que o Judiciário deixasse a condição de último fio de esperança de uma sociedade diuturnamente vilipendiada em seus direitos.
Os esquerdopatas de plantão começam a postar na rede mundial de computadores textos em que acusam a imprensa de estar comemorando a decisão do ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF, de mandar ao cárcere, a qualquer momento, os condenados na Ação Penal 470. Não se trata de comemorar, mas, sim, de exigir que justiça seja feita, da mesma forma que isso ocorre com um reles cidadão que rouba um pão para matar a fome. Sem recursos para contratar caros e badalados advogados, o gatuno comum via de regra passa bom tempo atrás das grades, sendo algemado e exibido à população nos programas policialescos como se fossem troféus de uma nação amedrontada.
O que a esquerda nacional tenta no momento é faturar com a prisão dos mensaleiros, que quando estavam a cometer crimes não se preocuparam com as consequências de seus atos, até porque à época flanavam nos ares da impunidade.
O Mensalão do PT foi uma operação criminosa ousa e sem precedentes, colocada em prática para saciar a sanha financeira de um partido e para manter nas alturas a aprovação de um político megalômano como Lula. Se algum cidadão brasileiro comemorar a prisão dos marginais que operaram o esquema palaciano, isso encontrará justificativa na necessidade de a população se vingar dos que cometem seguidos desmandos, como se o Brasil fosse uma terra sem lei. Ademais, a prisão dos mensaleiros servirá para calar alguns dos condenados, que do alto da soberba bateram no peito e bradaram que a corrupção havia terminado no País com a chegada da esquerda ao poder.
Vale lembrar que, apesar do jogo de palavras, o poder é podre e política continua sendo negócio milionário e privilégio de poucos. Por isso é importante o interesse da população pelo tema, sob pena de a nação ser obrigada a conviver com pelo menos mais alguns séculos de corrupção. O que não se pode aceitar a essa altura dos acontecimentos é a decisão oportunista de alguns dos condenados serem “vendidos” à opinião pública como vítimas de um sistema comandado pela “elite golpista”. Se há no Brasil, neste momento, “elite golpista”, como vocifera Lula, essa é formada pelo ex-metalúrgico e sua horda de seguidores.
No ucho.info não há comemorações pela decisão a ser anunciada em breve pelo ministro Joaquim Barbosa, mas o sentimento de que o Brasil começa a dar os primeiros passos na trilha que levará à dignidade do País, o que só é possível com respeito às leis, ordem e progresso. E para isso é preciso competência e seriedade, mercadorias que estão em falta.