Caindo na real – Durou pouco a ópera bufa em que se transformou o suposto novo emprego do mensaleiro José Dirceu, preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde cumpre pena decorrente da Ação Penal 470. Dirceu desistiu de trabalhar no hotel Saint Peter, cujo controle está em nome de uma offshore, que até a última segunda-feira (2) tinha como presidente um panamenho de poucas posses.
Na prática o Saint Peter é de propriedade do empresário Paulo de Abreu, que há muito atua nos bastidores da capital federal para tentar ressuscitar a extinta TV Excelsior. O emprego oferecido a José Dirceu, com salário mensal de R$ 20 mil, tinha como objetivo acelerar o processo. Em documento enviado à Justiça, o criminalista José Luís de Oliveira Lima informa que seu cliente desistiu do emprego, que na cúpula petista foi considerado como um tiro no pé.
Enquanto o advogado do mensaleiro cuidava dos detalhes junto à Justiça, a Confederação do Elo Social Brasil, formada por presidiários, protocolou no Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira (5), oferta de emprego para José Dirceu, com remuneração correspondente a 75% do salário mínimo, ou seja, R$ 508,50. No mesmo documento foi oferecido emprego para José Genoino e Delúbio Soares.
De acordo com a proposta, que é passível de recusa, o trio do Mensalão do PT trabalhar na Cooperativa Sonho de Liberdade, localizada na Cidade estrutural, no Distrito Federal. Caso aceite a oferta de emprego, Dirceu trabalhará como administrador do setor de produção. José Genoino custará bolas e receberá R$ 5 por unidade. Já Delúbio Soares, que certa afirmou que o Mensalão algum seria uma enorme piada, recebeu oferta para trabalhar como assistente de marcenaria. Cargo adequado para alguém que ostenta face lenhosa.
Se recuarem a proposta da Cooperativa Sonho de Liberdade, os três poderão ter problemas de convivência no cárcere. Serão considerados pelos outros detentos como elitistas, podendo sofrer represálias. Como se sabe, na cadeia o jogo é diferente e pouco diplomático.