Terceiro mandato – Quase três meses após a vitória na eleição parlamentar de 22 de setembro, Angela Merkel foi reeleita chanceler federal nesta terça-feira (17) pelo Bundestag, a Câmara baixa do Parlamento alemão, para mais quatro anos de governo. Ela obteve a maioria absoluta necessária dos votos logo no primeiro escrutínio.
Dos 631 deputados, 462 votaram em Merkel, 150 contra a chanceler, além de nove abstenções e dez ausências. Com isso, ela obteve 42 votos a menos que a soma das bancadas de sua coalizão. Ao menos 23 integrantes de sua aliança de governo votaram contra.
Esta é a terceira vez que Merkel é eleita chanceler, depois de 2005 e 2009. Após a eleição, ela foi oficialmente nomeada pelo presidente alemão, Joachim Gauck, no Palácio Bellevue, residência oficial do chefe de Estado. Logo depois, retornou ao Bundestag para a cerimônia de juramento.
Primeira reunião de ministros
A primeira reunião de seu novo gabinete de ministros foi agendada para a tarde desta terça-feira. O presidente do Partido Social-Democrata (SPD), Sigmar Gabriel, é o novo vice de Merkel, cargo que acumula com o de “superministro” de uma nova pasta, reunindo os setores de economia e energia.
O ministério do Exterior passa a ser comandado por Frank-Walter Steinmeier, que já comandou a pasta durante o primeiro mandato de Merkel, entre 2005 e 2009. A secretária-geral do SPD, Andrea Nahles, é a nova ministra do Trabalho e do Social. O Ministério das Finanças continua sendo comandado pelo democrata-cristão Wolfgang Schäuble.
A maior surpresa do novo gabinete foi a indicação da atual ministra do Trabalho e integrante da CDU, Ursula von der Leyen, para ser a primeira mulher a comandar a pasta da Defesa na Alemanha. Ela substitui Thomas de Maizière, também CDU, que passará a ocupar a cadeira de ministro do Interior. Mãe de sete filhos, Von der Leyen é tida por muitos analistas como um dos possíveis nomes para suceder Merkel.
Governo tem maioria confortável
A grande coalizão, pactuada entre a CDU, de Merkel, sua parceira bávara, a União Social Cristã (CSU), e o SPD, soma 504 cadeiras, uma confortável maioria no Bundestag.
Já a oposição, composta pelo Partido Verde e por A Esquerda, é numericamente tão pequena que pouco pode fazer para pressionar o governo. A convocação de CPIs, por exemplo, poderá ficar impossibilitada, já que, pela lei alemã, são necessários 25% dos deputados no Parlamento, cota que não é alcançada pelas duas bancadas oposicionistas.
Já no Bundesrat, a câmara alta do Parlamento, Merkel também não precisa temer dificuldades. A câmara representa os interesses dos estados da federação, e também nela os partidos da coalizão são maioria. (Com agências internacionais)