Por um triz – O duro código das prisões, que impõe pena capital aos estupradores, quase foi fatal para o pedófilo Eduardo Gaievski, ex-assessor especial de Gleisi Hoffmann (PT) na Casa Civil. Na última sexta-feira (3), Gaievski (que está preso na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, no Paraná) foi ao pátio do presídio para um banho de sol. A notícia de que o homem que violentou dezenas de meninas no vizinho município de Realeza estava flanando no pátio correu entre os presos. Foi o bastante para que um grupo de presidiários cercasse o petista. Foi preciso vigorosa intervenção da segurança do presídio para que Gaievski voltasse vivo à cela.
O episódio aterrorizou Gaievski, que passou a mandar novos recados ameaçadores à sua ex-chefe, Gleisi Hoffmann, e ao PT. O monstro da Casa Civil exige que o PT e Gleisi se mobilizem para solta-lo imediatamente. Quer responder ao processo em liberdade. Se nada for feito, o delinquente sexual ameaça abrir a boca e revelar tudo o que sabe.
Eduardo Gaievski foi prefeito de Realeza, pequena cidade do interior paranaense, onde teria cometido seus crimes contra meninas pobres e menores de idade. Desde a prisão, o pedófilo tem avisado que sabe muito e que não aceita se transformar em um “novo Celso Daniel”, referência ao prefeito petista de Santo André, vítima, em 2002, de covarde e cruel assassinato, até hoje não esclarecido. Acredita-se que Gaievski tem informações explosivas sobre o caixa dois do PT e os bastidores da Casa Civil, onde foi encarregado por Gleisi Hoffmann de cuidar das políticas federais relativas a menores.
O violador de crianças foi preso em agosto de 2013, após o Ministério Público do Paraná levantar provas esmagadoras e incontestes de seu envolvimento em mais de 40 crimes sexuais, entre os quais 28 estupros de menores, sendo 14 praticados contra vulneráveis (menores de 14 anos). Familiares de Gaievski e a prefeitura de Realeza (onde o monstro fez um sucessor do PT) têm jogado pesado para tentar livrar o petista da cadeia. Um secretário municipal de Realeza, Fernandes Borges, e o filho de Eduardo Gaievski foram presos quando tentavam subornar testemunha para que mudasse o depoimento contra o pedófilo. Dois irmãos de Gaievski tiveram prisão decretada e estão foragidos pelo mesmo crime.
Advogados consideram que a possibilidade de que as ameaças levem Gaievski a responder ao processo em liberdade são muito remotas, pois nos crimes que praticou o petista deu provas de grande periculosidade. Quando teve a prisão decretada, Eduardo Gaievski fugiu e na sequência, após ser capturado, foi flagrado tentando intimidar testemunhas a partir da prisão. Ele mobilizou parentes e aliados políticos para pressionar e subornar testemunhas.
Depois que Gaievski foi preso, novas denúncias de estupros vieram à tona, um deles praticado contra uma menina de cinco anos. As evidências contra o pedófilo são tantas, que já chegaram ao YouTube. Em um áudio, um homem identificado como Gaievski encomenda uma sessão de sexo grupal com menores. Em outro, o mesmo homem conta a amigos, em meio a risadas e detalhes escabrosos, como “tirou a virgindade” de uma menina menor de 12 anos (http://www.youtube.com/watch?v=RHrYIHKASlU). Para o PT e Gleisi, só resta esperar que Gaievski se conforme em continuar na cadeia sem abrir o bico. Do contrário a Casa Civil irá pelos ares.