Máquina pifada – Até o início de 2013, as mentirosas profecias sobre a economia brasileira eram de responsabilidade do ainda ministro Guido Mantega, que depois de tantos e seguidos vexames abandonou o comando da bola de cristal do desgoverno petista. Com Mantega no alvo das muitas piadas que circulam no mercado financeiro, a presidente Dilma Vana Rousseff assumiu a usina palaciana de falácias.
No pronunciamento de final de ano, Dilma, a gerentona inoperante, disse aos brasileiros incautos que o 2013 terminou melhor do que começou. Como sempre afirmamos, a presidente continua devendo o endereço do País de Alice, aquele das maravilhas e que recheia as campanhas publicitárias do governo federal.
O Brasil ainda é uma democracia, mesmo que em tese, e Dilma pode balbuciar qualquer sandice, desde que não abuse da capacidade de raciocínio de parte da população, pois os números da economia são implacáveis e não deixam a dura realidade às escuras.
Quando divulga as decisões tomadas acerca da taxa básica de juro (Selic), o Comitê de Política Monetária do Banco Central normalmente deixa uma pista sobre o futuro do mais temido fantasma da economia, a inflação. Nesta semana, o Copom não deixou em seu comunicado qualquer evidência sobre o futuro da Selic, mistério que foi desfeito nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De acordo pesquisa realizada pelo Ibre, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) atingiu 0,85% na segunda prévia de janeiro, taxa 0,12 ponto percentual maior do que a variação medida na primeira prévia do mês (0,73%). Cinco dos oito grupos pesquisados tiveram acréscimos, com destaque para educação, leitura e recreação, que teve alta de 2,32%, contra 1,03% do levantamento anterior. A pesquisa da FGV mostra que a maior pressão foi constatada nos cursos formais, com os preços reajustados, em média, em 4,71%, ante 1,41%.
No quesito despesas diversas, a taxa subiu de 0,7% para 1,18%, no vácuo da influência dos cigarros, que ficaram 2,35% mais caros, ante alta de 1,26%. No grupo alimentação, o índice teve ligeira elevação, passando de 1,04% para 1,08%, puxado pelas refeições fora de casa (alta de 0,86%). Na rubrica habitação, o índice oscilou 0,47%, contra 0,43% anterior. Entre as principais elevações de preços nesse grupo estão os equipamentos eletrônicos (de 0,17% para 0,35%).
É importante lembrar que os levantamentos técnicos têm como base conceitual a estatística, “ciência” que considera com temperatura mediana e sob controle o cidadão que tem os pés no iglu e a cabeça na fogueira, apesar de literalmente morto. Ou seja, a estatística é um embuste de gabinete que não traduz de forma fiel a realidade dos fatos.
O vilão mais evidente nessa cruzada da inflação é o preço dos alimentos, que tem subido sistematicamente, a ponto de obrigar os consumidores a ressuscitarem a velha compra do mês. Quem vai aos supermercados já encontra muitos consumidores empurrando enormes carrinhos repletos de produtos. Isso porque o salário está acabando muito antes do final do mês. Para piorar a situação que há muito é ruim, compra-se cada vez menos com a mesma quantia em dinheiro. No Brasil, o país do eterno “faz de conta”, alguns produtos têm os preços inalterados na esteira de qualidade bisonha, reduzida sem que os consumidores percebam a enganação.
Contudo, o calcanhar de Aquiles da inflação está na relação absurda que surgiu nos últimos entre o avanço dos salários e a queda da produção industrial. Com os reajustes salariais que ocorrem na nossa republiqueta sindicalista, o setor industrial viu a elevação dos custos e a queda bruta dos negócios. Fora isso, como consequência de um desgoverno movido pelo falso messianismo, o chamado custo Brasil continua impávido e colossal. Mesmo assim, por mais absurdo que pareça, Dilma Rousseff continua com chances concretas de ser reeleita.