Pegando carona – O que faltava na tragédia envolvendo o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da Rede Bandeirantes, acabou acontecendo. Como carpideira de plantão, a presidente Dilma Rousseff, que tenta descolar o seu desgoverno da onda de protestos que desde junho de 2013 chacoalham o País, ordenou à Polícia Federal que ajude na elucidação do crime. Andrade registrava as imagens do protesto contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio de Janeiro, quando foi atingido por um artefato explosivo lançado por integrante do grupo Black Bloc.
Esse oportunismo barato de Dilma, que serve apenas para não prejudicar sua campanha à reeleição, é descabido e afronta a legislação vigente. A apuração do crime cometido contra Santiago Andrade, 49 anos, que teve a morte cerebral declarada nesta segunda-feira (10), é de competência do governo do Rio de Janeiro, não cabendo ao Palácio do Planalto imiscuir em assuntos do Executivo fluminense, algo que só pode ocorrer no momento em que o governador do Estado requisitar ajuda.
Quando, na edição desta segunda-feira, o ucho.info afirmou em reportagem que para o Black Bloc uma vida vale míseros R$ 0,25, alguns se rebelaram contra nossa declaração, como se a ação criminosa tivesse alguma explicação. A melhor (sic) das explicações, entre muitas inaceitáveis, é de que o Black Bloc reúne rebeldes com causa. Em suma, uma nova definição para criminosos.
Como já mencionado, o Estado tem o dever constitucional de manter a ordem, usando, quando necessário, o contingente policial. O discurso embusteiro, esculpido com o cinzel do oportunismo, de que a depredação do patrimônio – público e privado – é uma forma de protesto atenta contra o raciocínio. A teoria pode servir para os baderneiros e seus adeptos justificarem seus atos, mas jamais servirá como explicação para uma família que foi destruída pela ação de vândalos de aluguel a serviço daqueles que apostam no caos como forma de perpetuação no poder.
A morte de Santiago Andrade é o capítulo triste e desolador das manifestações, mas é importante destacar, como já destacado em matérias anteriores, que os veículos de comunicação têm a obrigação de treinar os profissionais de imprensa para situações de conflito, além de oferecer equipamentos de segurança. Isso porque os mentores desses movimentos são profissionais da baderna e não mede as consequências dos próprios atos e dos seus comandados, até porque o Brasil tornou-se o paraíso da impunidade.