Profecia de Guido Mantega sobre crescimento da economia é tão confiável quanto cédula de R$ 3

guido_mantega_40Faltando peças – Visivelmente sorridente, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, não escondeu seu entusiasmo, na quinta-feira (27), ao anunciar o crescimento da economia brasileira em 2013. De acordo com dados oficiais, o PIB registrou avanço de 2,3% no ano passado, o que pode ser classificado como medíocre, apesar de todas as profecias petistas.

Na entrevista coletiva concedida em Brasília, no prédio do Ministério da Fazenda, o absurdo ficou por conta da declaração de Mantega, que afirmou que a economia nacional está em ritmo de crescimento, mesmo que moderado. Na verdade, o que o ministro chama de moderado é uma vergonha, se comparado com a promessa de Dilma Rousseff, que prometeu que a economia do País, ao final do seu primeiro mandato, teria avanço médio anual de 4%.

Como se sabe, o máximo que o atual governo do PT deve conseguir é um crescimento anual de 2%, número muito abaixo do registrado pelas economias dos países emergentes. Nesse quesito o Brasil está na lanterna da fila dos BRICS.

Como sempre acontece, a declaração de Guido Mantega foi tomada por ufanismo, pois é inimaginável que a economia brasileira avance na esteira de um governo paralisado e que no momento está preocupado com a reeleição da presidente, o que já exige gastos oficiais vultosos para intimidar os adversários, sem que essa estratégia produza algum efeito prático.

Mantega pode falar o que bem quiser, mas os números da economia mostram que os atuais inquilinos do Palácio do Planalto mentem cada vez mais. Para que a economia cresça é preciso que o consumo acelere. Se isso acontecer, a inflação certamente avançará. Prova disso foi a decisão tomada na última quarta-feira (26) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa básica de juro, a Selic, para 10,75% ao ano. Isso significa que o consumo precisa recuar ainda mais para que o mais temido fantasma da economia não ganhe força.

Em outro vértice do problema está a questão do consumo por meio do crédito fácil e irresponsável. Essa fórmula foi utilizada pelo governo do então presidente Lula para empurrar is brasileiros incautos na vala do consumismo. A estratégia resultou no endividamento recorde das famílias e na alta da inadimplência. Tal situação se repetiu em janeiro deste ano, quando os bancos registraram preocupante aumento do cheque especial, linha de crédito perigosa e com taxas de juro aviltantes.

A profecia de Mantega tem prazo de validade curto, pois o ano em curso está repleto de eventos que comprometerão o desempenho da economia, como um todo: Carnaval, Copa do Mundo e eleições. Sendo assim, feliz 2015, se é que isso será possível.