Pavio aceso – Quem conhece minimamente a política nacional sabe que o anúncio de um possível armistício entre o PMDB e o governo petista de Dilma Vana Rousseff é conversa fiada. Não há acordo, pois os peemedebistas querem cada vez mais e a presidente da República não abre mão de seu estilo truculento de ser. Enquanto nada se resolve, o Brasil continua regredindo e a população acreditando que aqui é o País de Alice.
Depois de dois dias de reuniões e negociações, ambas com a participação do vice-presidente Michel Temer, o PMDB não conseguiu convencer com o discurso de que um acordo fora selado entre o partido e o Palácio do Planalto. Horas depois do anúncio, a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados informou que a legenda convocará ministros para audiências nas comissões permanentes da Casa legislativa. Ou seja, o que horas antes era considerado resolvido não passou de um blefe para que a crise não se alastrasse para outros setores da política.
Quando o PMDB escolheu o deputado federal Eduardo Cunha (RJ) para liderar o partido na Câmara, o ucho.info alertou para o fato de que Dilma e seus asseclas enfrentariam problemas, uma vez que o parlamentar fluminense é tido como “profissional” por muitos dos seus colegas de parlamento. Leitura também feita pelos jornalistas que cobrem o cotidiano do Congresso Nacional.
Para provar que ainda não há solução para a crise que se instalou na Câmara, a bancada do PMDB promete para a tarde desta terça-feira (11) uma nota de apoio ao deputado Eduardo Cunha, o que em outras palavras significa que a intifada segue adiante. Para reverter o quadro a presidente Dilma Rousseff terá de atender às solicitações do PMDB, caso contrário o partido poderá comprometer seu projeto de reeleição. Fora isso, o PT terá de rever as alianças nos estados com vistas às eleições de outubro próximo.
Um dos engasgos nessa intrincada negociação é a insistência de Dilma em indicar o senador Eunício Oliveira para o Ministério de Integração Nacional. Outro dos muitos políticos profissionais do PMDB, Eunício se preparou nos últimos dois anos para disputar o governo do seu estado, o Ceará, onde o PT quer fazer o sucessor do aliado Cid Gomes. A tendência é que a corda há de estourar, cedo ou tarde.
A grande questão é que o PT tem, em estágio avançado, um perigoso projeto totalitarista de poder, no qual o pluripartidarismo seria apenas uma figura de retórica. Em suma, os petistas querem instalar no País uma ditadura esquerdista, nos moldes da que vem corroendo a já combalida Venezuela. O PMDB tardiamente detectou a peçonha do plano e quer evitar o pior a qualquer custo. Em relação à rebelião liderada por Eduardo Cunha, só mesmo um inocente é capaz de acreditar que o parlamentar agiu sozinho e por conta própria.