Enigma sem solução – Na segunda-feira (10), terceiro dia após desaparecimento de um Boeing 777-200 da companhia Malaysia Airlines na rota Kuala Lumpur-Pequim, ainda não há qualquer indicio do paradeiro do avião. Segundo declarou Datuk Azharuddin Abdul Rahman, diretor do Departamento de Aviação Civil da Malásia, trata-se de “um mistério sem precedentes na aviação”.
Uma frota internacional composta por pelo menos 40 navios e 34 aeronaves prossegue nas buscas no Mar do Sul da China, onde se supõe que tenha caído a aeronave que levava 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo.
Austrália, China, Estados Unidos, Filipinas, Indonésia, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã colaboram com as operações na região da ilha vietnamita de Tho Chu. A Marinha norte-americana informou que enviou dois navios para o local, ambos equipados com helicópteros MH-60 Sea Hawk, que dispõem de câmeras infravermelhas para operações noturnas.
O raio de buscas foi ampliado para 100 milhas náuticas (185 quilômetros), a partir do ponto onde foi perdido o contato de radar com a aeronave, na manhã do sábado (hora local), sem que anteriormente tivesse sido enviado qualquer sinal de socorro.
Na falta de indícios concretos, especula-se sobre uma ampla gama de possíveis explicações para o mistério do voo MH370, que vão de uma explosão, uma falha mecânica grave e turbulência extrema, a um ataque terrorista, erro do piloto ou mesmo suicídio.
Passaportes roubados
De acordo com a polícia da capital malaia, foi identificado um dos dois homens que viajavam com passaportes roubados, mas as autoridades ainda mantêm sob sigilo seu nome e nacionalidade. Há confirmação apenas de que ele não era malaio.
No último domingo (9), a Interpol confirmou que pelo menos dois passaportes utilizados no voo estavam na lista internacional de documentos desaparecidos: eles haviam sido roubados na Tailândia de um austríaco e de um italiano, em 2012 e 2013, respectivamente.
Os dois passageiros que os utilizaram haviam comprado passagem juntos, na Tailândia, e foram filmados por câmeras de vigilância no aeroporto de Kuala Lumpur antes do embarque. Ainda são contraditórias, porém, as informações das autoridades locais sobre se ambos tinham feições asiáticas ou não. De Pequim, fariam escala em Amsterdã, seguindo depois para Frankfurt e Copenhague, respectivamente.
No momento não há qualquer indício de uma conexão entre os dois passageiros e o desaparecimento do Boeing nem de um atentado terrorista. Mas as investigações prosseguem “em todas as direções”, declarou o diretor da Aviação Civil da Malásia, não excluindo, portanto, uma motivação terrorista.
Ele assegurou não haver nenhuma peça de bagagem desacompanhada a bordo. Cinco passageiros haviam perdido o voo, porém suas malas foram desembarcadas. A Interpol divulgou que está verificando os passaportes de outros passageiros do voo. (Com agências internacionais)