Eventual candidatura de Lula ao Planalto obrigaria o PMDB a se aliar aos candidatos de oposição

lula_358Enxadrismo sucessório – Há nos bastidores da política nacional muita movimentação na esteira das eleições de outubro próximo. Muitas são as especulações sobre candidatos, mas cresce a chance do ex-presidente Lula concorrer novamente ao Palácio do Planalto, em substituição à sua sucessora, Dilma Vana Rousseff, que enfrenta uma grave crise. Depois de negar durante meses seu interesse em disputar novamente a Presidência da República, o ex-metalúrgico começa a admitir a possibilidade de sair candidato.

Caso isso se confirme, antes de qualquer anúncio oficial será preciso encontrar uma desculpa minimamente convincente para a desistência de Dilma, que por conta do seu comportamento nada diplomático não aceitaria ser descartada. A situação do governo do PT é complexa e isso pode refletir nas urnas, pois muita sujeira deve sair dos subterrâneos do poder nas próximas semanas.

Com Lula candidato, o PMDB terá de se aninhar em outro endereço, uma vez que o ex-presidente deve buscar um candidato a vice em partidos de esquerda. Com isso, Michel Temer estaria fora do jogo sucessório ou, então, teria de empurrar o PMDB para uma nova aliança política com vista à eleição presidencial.

Esse cenário complexo explica o comportamento da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, que o aval da cúpula da legenda deflagrou uma rebelião, como forma de protestar contra a postura truculenta do Palácio do Planalto na condução das negociações políticas. Imaginar que o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara, vem desafiando o governo sem a anuência dos caciques do partido é prova de inocência. A grande preocupação do PMDB, que era ampliar sua participação no governo, passou a ser a possibilidade de um novo governo do PT isolar os outros partidos.

Com isso, Michel Temer teria de embarcar em alguma candidatura presidencial. O que tem sido comentado nos últimos dias nos bastidores da política é que Temer poderia sair como candidato a vice na chapa de Eduardo Campo, atual governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB. O problema é que Marina Silva, que vem dando as cartas nas coxias do PSB, pode barrar uma aliança com o PMDB de Michel Temer.