Defesa pífia – Chega a ser deprimente o esforço dos senadores do PT para inviabilizar a criação da CPI da Petrobras, cujo requerimento, de autoria do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), foi lido em plenário na tarde desta terça-feira (1). Com isso, os signatários do requerimento têm até a meia-noite de hoje para eventual retirada de assinaturas, o que não deve acontecer.
Ex-chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) apresentou questão de ordem para convencer alguns colegas de parlamento de que a CPI da Petrobras é desnecessária, pois não há fato determinado para a abertura de uma investigação na Casa legislativa. Que Gleisi é incompetente a extensa maioria dos brasileiros sabe, mas não custa destacar que o fato determinado é a bandalheira que se instalou na Petrobras a reboque do aparelhamento da estatal realizado pelo PT.
A ópera bufa palaciana seguiu para seu segundo ato com o discurso inflamado do senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado Federal. Costa, como bom petista, mais uma vez voltou no tempo e fez comparações com governos anteriores e partidos adversários, como se esse discurso visguento e embusteiro pudesse convencer alguém do contrário. Antes disso, o líder do PT afirmou que a CPI é desnecessária porque outros órgãos já investigam a petroleira nacional.
Como se sabe, pelo menos duas das investigações que estão em curso (Polícia Federal e Controladoria-Geral da União) poderão sofrer algum tipo ingerência por parte do Palácio do Planalto, a quem não interessa que seja revelado o conteúdo da caixa de Pandora em que se transformou a Petrobras. O Partido dos Trabalhadores comandou um negócio que lesou os cidadãos brasileiros em US$ 1,2 bilhão, mas os petistas creem que isso não merece ser alvo de uma CPI.
Se de fato nada há de errado na Petrobras, como alegam os petistas, em nada mudará os resultados das investigações a criação da CPI proposta pela oposição. Acontece que o PT e o Palácio do Planalto sabem que qualquer descuido no transcorrer da CPI da Petrobras pode mandar pelos ares um projeto totalitarista de poder que é propulsado por mentiras e negociatas.
Como nada parece ser suficiente para o governo quando o assunto é o viés pífio da política, o ato de encerramento coube ao senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que tentou passar aplicar uma carraspana naqueles que assinaram o requerimento de criação da CPI da Petrobras. Disse Inácio Arruda que a CPI é descabida, pois já há no Senado relatórios de investigações sobre as refinarias de Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, no Texas (EUA).
É importante lembrar que Inácio Arruda não tem moral para condenar a criação da Petrobras usando os argumentos expostos no plenário do Senado na esteira de um discurso inflamado e de encomenda. Isso porque Arruda foi escolhido pelo então presidente Lula para ser o relator da CPI das Ongs, cujo relatório foi um fiasco descomunal apenas porque no alvo das investigações estavam entidades que foram beneficiadas por recursos do governo e da Petrobras.
Esse espetáculo pífio que teve lugar no plenário do Senado mostra que não merece qualquer dose de crédito um governo que escala como defensores políticos do naipe de Gleisi Hoffmann, Humberto Costa e Inácio Arruda.