Insurgentes do leste deixaram claro que só deixarão os prédios públicos que ocupam em mais de 10 cidades quando o governo interino em Kiev renunciar. Denis Pushilin, porta-voz da autoproclamada República Popular de Donetsk, afirmou à imprensa que os separatistas não reconhecem como legítimo o governo em Kiev.
Pushilin disse ainda que o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, que participou do encontro desta quinta-feira em Genebra para encerrar o conflito no leste ucraniano, “não assina nada” em nome dos militantes. “Vamos continuar até o fim”, garantiu o líder separatista, ao lado de dois homens mascarados, no prédio da administração da cidade de Donetsk, ocupado pelo grupo.
Acordo ameaçado
A posição ameaça o acordo celebrado em Genebra durante o encontro dos representantes dos Estados Unidos, União Europeia, Ucrânia e Rússia, de que todas as partes do conflito renunciariam à violência, a intimidações e a provocações. O acerto estabelece que os insurgentes devem deixar os prédios públicos ocupados no leste ucraniano.
“Este é um acordo razoável, mas então todos devem deixar os prédios públicos ocupados ilegalmente, incluindo Yatsenyuk (primeiro-ministro interino da Ucrânia) e Turtchinov (presidente interino)”, reclamou Pushilin.
Arseniy Yatsenyuk afirmou ao Parlamento da Ucrânia nesta sexta-feira que o governo preparou um projeto de lei propondo anistia a todos que concordarem em baixar as armas e desocupar prédios públicos.
Ceticismo de Obama
Apesar de o surpreendente acordo em Genebra ser considerado por russos e ucranianos como o melhor caminho encontrado até agora para reduzir a tensão, o presidente americano, Barack Obama, mostrou-se um tanto quanto cético com relação à eficácia dele.
“Não acredito que a essa altura possamos estar certos de alguma coisa”, disse Obama. “Não vamos contar com ele (acordo) até que o vejamos”, disse.
O presidente americano ressaltou ainda que se o não houver progresso na situação dentro dos próximos dias, “consequências adicionais” poderão ser impostas sobre a Rússia, além das sanções que Washington estabelecera contra os russos e que atingem principalmente pessoas próximas de presidente Vladimir Putin. (Com agências internacionais)