Cachimbo da paz – O vice-presidente americano, Joe Biden, desembarcou em Kiev nesta segunda-feira (21) para uma visita de dois dias. Além de demonstrar o suporte dos Estados Unidos ao governo interino da Ucrânia, o vice-presidente pretende reforçar a necessidade urgente de implementação do acordo internacional que visa à desescalada da violência no leste da Ucrânia. Ele também deve discutir os preparativos para as eleições presidenciais no país no mês que vem.
Biden deve se encontrar na terça-feira com o presidente Olexandr Turtchinov e com o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk, que assumiram o comando da Ucrânia em fevereiro após a queda do então presidente Viktor Yanukovytch. Também estão agendados encontros com parlamentares de várias partes do país e militantes políticos.
Durante sua passagem pela Ucrânia, Biden deve anunciar ajuda técnica americana aos ucranianos em diversas áreas, a fim de aumentar a produção agrícola e estimular a eficiência energética para reduzir a dependência das importações da Rússia.
Duas críticas do Kremlin
A visita ocorre um dia após um ataque contra militantes pró-Rússia na cidade de Slaviansk, no leste da Ucrânia, que deixou pelo menos três mortos. Os agressores não foram identificados. Russos e ucranianos trocam acusações sobre a autoria do ataque, que interrompeu a trégua anunciada um dia antes por Kiev. A região vem sendo foco de violentos embates entre forças de segurança do governo ucraniano e separatistas.
Nesta segunda-feira, Moscou fez duras críticas aos ucranianos. O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, acusou a Ucrânia de violar o acordo acertado em Genebra, cujo intuito é estabelecer a paz na região próxima à fronteira entre os dois países.
De acordo com Lavrov, a Ucrânia “não apenas descumpre o acordo de Genebra, como também vem tomando medidas para violá-lo”. O ministro reclama ainda que cada vez mais militantes pró-Rússia estão sendo detidos no país, embora tenha sido acertada em Genebra a anistia de presos políticos e manifestantes que ocupam prédios públicos.
“Aqueles que conscientemente cruzam a linha do desencadeamento de uma guerra civil estão tocando políticas criminosas. E nós não vamos apenas condená-los por isso: vamos impedi-los”, afirmou Lavrov, segundo uma transcrição oficial.
Para o ministro, o governo ucraniano deveria desmontar barricadas pró-governistas em Kiev e não adiar a implementação das já anunciadas reformas constitucionais no país.
Russos infiltrados
Homens das Forças Armadas e do serviço de inteligência da Rússia estariam infiltrados no leste da Ucrânia, motivando a agitação separatista na região, segundo divulgou o jornal “The New York Times”.
Esses atiradores profissionais, bem equipados, também chamados de “homens verdes”, teriam sido identificados por meio de fotos. As informações foram confirmadas pelo serviço de segurança ucraniano e pelo governo dos EUA, segundo o jornal. (Com agências internacionais)