Curto-circuito – Deputado federal pelo Democratas de Pernambuco e líder do partido na Câmara, Mendonça Filho protocolará, na terça-feira (6), nas Comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, requerimento de convite ao presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto. O parlamentar classifica como essenciais as explicações de Costa, ao Parlamento, sobre os graves fatos envolvendo a empresa, em especial o prejuízo acumulado de R$ 13 bilhões acumulado pela estatal desde 2012.
“A gestão do governo da presidente Dilma Rousseff na área de energia é um dos exemplos mais negativos de incompetência e falta de compromisso com o futuro do País. O governo promoveu uma redução artificial na tarifa de energia e agora a estatal e o povo pagam a conta. A gestão petista fez uma interferência indevida no mercado de comercialização de energia elétrica causando uma perda brutal de valor de mercado da Eletrobras e outras empresas do setor. Com os prejuízos, é necessário se recorrer aos cofres do Tesouro e a reajustes que já vemos este ano da ordem de 17% na conta de luz”, destaca Mendonça Filho.
Com a opinião de diversos especialistas do setor elétrico, recente matéria do jornal “O Globo” aponta que a ingerência política é o principal motivo que levou a Eletrobras a amargar um enorme rombo e enfrentar perda de mercado de quase de 76% em menos de quatro anos, caindo de R$ 46 bilhões para R$ 11,09 bilhões.
Esse prejuízo bilionário não ficará apenas grafado na contabilidade da empresa, mas, em algum momento, será repassado ao consumidor, que terá de conviver com conta de luz mais cara. O próprio desconto na tarifa de energia, anunciado em 2013 e regulamentado pela Medida Provisória 579/2012, é um das causas do problema. A renovação antecipada das concessões como condição para bancar o desconto foi malsucedida e a Eletrobras teve de se comprometer a vender energia a um valor 92,5% menor que a média praticada pelo setor.
Essa decisão populista da presidente Dilma Rousseff, conhecida nos meios políticos como uma especialista em questões de energia, obrigou o Tesouro Nacional a bancar a diferença, despejando dinheiro nos cofres das empresas geradoras de energia que aderiram ao plano palaciano de renovação antecipada das concessões. Como a conta foi muito além do planejado, o Tesouro acabou acendendo a luz vermelha, levando o governo a criar um empréstimo bancário mirabolante e a forçar um leilão de energia a termo, ocorrido dias atrás. Acontece que o volume negociado no leilão terá efeitos no curto prazo e com prazo de duração muito pequeno. Ou seja, o Palácio do Planalto criou mais um factoide para evitar a disparada da inflação em ano eleitoral.