Perna curta – Ultrapassa o limite do aceitável, com muita largueza, a desfaçatez da presidente Dilma Rousseff, que vem enfrentando um verdadeiro calvário nas pesquisas de intenção de voto. Candidata à reeleição, Dilma já sente os efeitos negativos do seu desgoverno e por isso começa a abusar do “non sense” em suas declarações. Na terça-feira (6), a presidente reuniu um grupo de mulheres jornalistas para um jantar no Palácio da Alvorada. Às profissionais da mídia a petista falou sobre vários temas, mas não abriu mão de tentar pautar a grande imprensa.
Questionada sobre a crise econômica, Dilma tentou sair pela tangente e voltou a repetir a mentirosa cantilena de que a inflação está sob controle. “O efeito da inflação não explica o mal-estar. Não está tudo bem, mas está sob controle. Uma coisa que explica é a taxa de crescimento de bens e de serviços. Melhorou a renda, eu quero mais. A população quer mais e melhores serviços. O estoque de bens é de agora, mas de serviços é do passado, quem me critica tem memória curta” disse a presidente.
Em suma, Dilma Rousseff tentou empurrar o enorme desarranjo econômico para os antecessores, como se ela própria tivesse feito algo de positivo para a população brasileira. À frente de um governo perdido e paralisado, a presidente consegue ser mais utópica que a utopia. E tenta emplacar a ideia de que a crise é reflexo do aumento da renda dos cidadãos e do não avanço do setor de bens e serviços. Só mesmo um irresponsável, com direito a reforçada camisa de força, é capaz de fazer tal declaração.
Sua possível derrota nas urnas, que já começa a aparecer em pesquisas reservadas, vem sendo considerada pelo mercado financeiro. A cada queda de Dilma nas pesquisas, o mercado financeiro reage positivamente. Até mesmo as ações da enrolada Petrobras sobrem de preço quando uma pesquisa de intenção de voto registra a ladeira abaixo que vem sendo trilhada pela petista.
As trapalhadas do desgoverno do PT são tantas, que Dilma mais uma vez desautorizou o ainda ministro da Fazenda Guido Mantega, que no último domingo (4), em entrevista ao jornal “O Globo”, afirmou que o governo aumentaria alguns impostos como forma de compensar o reajuste de 10% no valor do benefício do programa Bolsa Família. A presidente negou às suas convidadas que sobre a escrivaninha presidencial exista um plano para elevar impostos e garantir o cumprimento superávit fiscal de 2014. “Não vai ter aumento de imposto. Passamos três anos reduzindo impostos. Ele estava falando em tese”, afirmou. Em suma, os petistas continuam pecando por não combinar os discursos com antecedência.
Ainda falando sobre economia, Dilma rechaçou a ideia de que o País está prestes a explodir. Para a presidente, “o Brasil vai bombar” em 2015. Contudo, não é essa a previsão dos principais economistas do planeta, que apostam em recuo da economia verde-loura neste ano e no próximo.
Sobre o seu projeto político de conquistar novo mandato, Dilma descartou a possibilidade de derrota. “A única pessoa que te derrota é você mesma. Em qualquer circunstância, a derrota está aqui dentro (apontando o dedo para a própria cabeça) e eu não me deprimo. Não sou uma pessoa deprê”, disse.
Assim como qualquer ser humano, a presidente pode e deve ser otimista, mas virar as costas para a realidade é um ato de irresponsabilidade. Dilma sabe que a derrota vem se aproximando de seus domínios e que Lula é o seu maior adversário. Há muito o ex-presidente nega que será candidato, mas ele continua trabalhando nos bastidores para desestabilizar sua sucessora, pois sabe que uma vitória de Dilma nas urnas representaria uma enorme derrota para o grupo petista do ABC.
Caso assumisse seu desejo de retornar ao Palácio do Planalto, Lula estaria reconhecendo que errou, em 2010, ao indicar Dilma como candidata à Presidência da República e ter trabalhado por sua vitória. Agora, sem escapatória, Lula terá de trabalhar silenciosamente para, quem sabe, se candidatar em 2018.