Eu voltei… – Depois de José Dirceu, agora é a vez do “companheiro” Delúbio Soares de Castro de recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal na tentativa de restabelecer o direito de trabalhar fora do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, Delúbio foi condenado a 6 anos e 8 anos de prisão no processo do Mensalão do PT, o maior e mais ousado esquema de corrupção da história política nacional. Cumprindo a pena em regime semiaberto, o mensaleiro Delúbio Soares vinha dando expediente na sede nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na capital federal. O fato de a entidade ter históricas ligações com o PT já é caso de suspeição, pois não há, pelo menos por enquanto, qualquer relatório sobre as atividades laborais do petista.
No último dia 12 de maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal e relator da Ação Penal 470 (Mensalão do PT) revogou o direito dos mensaleiros condenados ao regime semiaberto de trabalharem fora da prisão. Barbosa tomou como base o artigo 37 da Lei de Execução Penal, que estabelece que é preciso que o condenado cumpra um sexto da pena antes de ter direito a tal benefício.
Acreditando estarem acima da lei e de serem mais iguais do que o restante da população brasileira, os petistas condenados na Ação Penal 470 estão a recorrer ao STF, na esperança de poder contar com a subserviência de alguns ministros indicados à Corte pelo partido. No caso de Delúbio, ele só poderá trabalhar fora da Papuda após dezembro deste ano.
Há dias, o filho de José Dirceu, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), visitou o pai na prisão e ao deixar o estabelecimento penal declarou que Barbosa mantém uma postura persecutória e que o presidente do STF não está acima da lei. De fato Joaquim Barbosa não está acima da lei, mas apenas cumpre o que ela [lei] determina. Quem acredita estar acima da lei e continua apostando na impunidade é o próprio José Dirceu, um presunçoso desmedido que jamais imaginou que acabaria atrás das grades por ter comandado o esquema criminoso de cooptação de parlamentares por meio de pagamento de mesadas.
Em relação a Delúbio Soares, a decisão acertada e legal do ministro Joaquim Barbosa serve para desmontar a versão do ex-tesoureiro petista, que certa feita, confiando no aparelhamento parcial do Supremo, disse que, passado algum tempo, o Mensalão do PT seria lembrado como uma piada de salão. Acostumados ao banditismo político, os mensaleiros petistas terão tempo suficiente para pensar e rever suas ideias obtusas e totalitaristas, tudo embalado pela peçonha da corrupção desenfreada.