Democracia de araque – Ex-secretário de Segurança Pública de Caracas, Iván Simonovis, um dos símbolos da oposição ao governo do tiranete bolivariano Nicolás Maduro, iniciou greve de fome em protesto por sua libertação. Acusado de cumplicidade na morte de manifestantes governistas durante uma tentativa de golpe contra o então presidente Hugo Chávez, em 2002, Simonovis foi condenado a 30 anos de prisão, dos quais já cumpriu mais de uma década.
“Já se esgotaram todas as vias a instâncias legais e políticas para obter respostas à minha petição feita há dez meses”, disse Simonovis por meio de uma carta, lida por seu advogado em frente à sede do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela nesta terça-feira (27). “Estou cansado de atuar de acordo com a lei e de ninguém me escutar”, reclamou.
Simonovis afirmou ter iniciado a greve de fome “contra a vontade de sua família” e, “apesar de seu estado de saúde”, ele vai se recusar a comer até que receba uma resposta para a petição apresentada por seus advogados. Eles pedem a liberdade condicional de Simonovis com base em “razões humanitárias”, por ele estar sofrendo de diversas doenças, entre elas uma avançada osteoporose.
Condição para retomar diálogo
Os grupos de oposição consideram o ex-secretário de Segurança Pública de Caracas um “preso político” e exigem sua libertação como condição para retomar as conversas com Maduro e apaziguar os ânimos no país, que há três meses vive uma onda de protestos. Desde fevereiro, 42 pessoas morreram e mais de 870 ficaram feridas em choques entre manifestantes e forças de segurança do governo.
Usando uma frase de Chávez, seu mentor, Maduro afirmou que Simonovis não é um preso político, mas “um político preso”, e que sua soltura depende da Justiça. Em seu programa de rádio “Em contato com Maduro”, o presidente venezuelano criticou a oposição que, segundo ele, tenta “transformar um assassino em vítima”. (Com agências internacionais)