Devassa generalizada – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) ingressará, ainda nesta semana, com requerimento na CPMI da Petrobras pedindo a quebra dos sigilos fiscal, bancário e fiscal da Value Partners, acusada de ter ligações com Paulo Roberto Costa, ex-diretor da petroleira nacional.
As suspeitas da Polícia Federal são de que Costa seja um dos “testas de ferro” da Value Partners no Brasil, que opera na Europa na área de esportes e já firmou contratos, inclusive, com a FIFA.
De acordo com reportagem publicada, no último sábado passado (7), no jornal “O Estado de S. Paulo”, documentos apreendidos durante buscas da Operação Lava-Jato na residência do ex-diretor da companhia, no Rio de Janeiro, mostram negócios da Value com a Petrobras Distribuidora para realizar serviços de consultoria.
“A quebra de sigilo poderá apontar o elo desta empresa com a organização criminosa montada por Paulo Roberto Costa para desviar recursos públicos e lavar dinheiro”, afirmou Bueno.
De acordo com o jornal, os papéis incluem planilha de preços de licitação, além de dois contratos da Value Partners com a subsidiária da estatal. Um deles de R$ 200 mil, para “avaliação econômico-financeira de uma distribuidora de produtos químicos”; o outro, de R$ 495 mil, para serviços na área de “eficiência energética”.
O ex-diretor da Petrobras foi preso pela PF em março, mas foi solto no mês passado, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Paulo Roberto Costa é réu em processo que apurou desvio de recursos da Petrobras, entre 2009 e 2014, de contratos superfaturados de obras da refinaria Abreu e Lima (PE).
Mais suspeitas no Ministério do Esporte
Rubens Bueno apresentará requerimento na Mesa Diretora em que solicita ao Ministério do Esporte informações detalhadas sobre os contratos firmados com a Value Partners para o planejamento da Copa do Mundo de Futebol de 2014.
Nas investigações Lava Jato, a farta documentação encontrada no computador do ex-diretor da Petrobras Distribuidora revelando a estratégia utilizada para conseguir os contratos com o ministério reforçam ainda mais as suspeitas de vínculo de Paulo Roberto Costa com a Value.
A empresa recebeu R$ 29,4 milhões entre 2010 e 2013 para apoiar o gerenciamento e a realização do Mundial. O TCU (Tribunal de Contas da União) já apontou irregularidades no contrato do Ministério do Esporte com a Value Partners.