Manobra palaciana – “Inócua”. Assim o deputado federal Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara, classificou a decisão do comando da CPMI da Petrobras de tornar secreta a audiência, nesta quarta-feira (23), com secretário de Controle Externo da Administração Indireta do TCU (Tribunal de Contas da União), Osvaldo Vicente Cardoso Perrout, para tratar da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.
“A decisão de se realizar uma sessão secreta é inócua no exato momento em que o ministro-relator do caso da compra da refinaria de Pasadena [José Jorge] está apresentando o seu voto de forma aberta a toda sociedade”, disse, ao referir-se à reunião de hoje do TCU para julgar o caso.
A reunião da CPMI foi aberta às 14h49 pelo presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), com a leitura de requerimento apresentado por Perrout, alegando que devido à condição sigilosa do processo a oitiva deveria ocorrer em caráter secreto.
“É muito estranha [a decisão] porque a transparência é devida pelo Parlamento, que tem a prerrogativa de fiscalizar e investigar irregularidades, e um servidor do TCU pedir para tornar secreta a reunião da CPMI… Isso não dá para compreender de forma alguma”, protestou o líder do PPS.
Sigilos
Além de considerar que a sessão secreta afeta o trabalho de investigação, Bueno disse que a CPMI deveria aproveitar o momento para determinar a quebra dos sigilos de todos os envolvidos no caso da compra de ativos pela Petrobras, que são objeto de apuração da comissão.
“O primeiro passo que a CPMI deveria dar, e ainda está em tempo, é quebrar o sigilo de todos os envolvidos no setor público e no privado, especialmente das empreiteiras. Foram quebrados sigilos de alguns, mas os mais importantes ainda não foram”, cobrou Bueno. De acordo com o parlamentar, a comissão tem muito a investigar, mas sem a quebra dos sigilos os trabalhos não podem avançar.