Tensão entre policiais e manifestantes diminui em Ferguson, nos Estados Unidos

(Reuters)
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Trégua no horizonte – A pequena cidade americana de Ferguson, no Missouri, teve nesta quinta-feira (21) a segunda noite seguida de manifestações pacíficas, 12 dias depois que a morte de um adolescente negro por um policial branco desencadeou uma onda de protestos violentos. Diante da relativa calmaria, o governo ordenou a “retirada sistemática” da Guarda Nacional da área.

Na rua residencial onde o policial Darren Wilson disparou ao menos seis tiros contra Michael Brown, de 18 anos, centenas de rosas vermelhas, velas e balões foram depositados numa espécie de memorial improvisado.

“Enquanto não obtivermos justiça, as pessoas vão continuar a marchar por Mike Brown, e é assim que tem que ser”, disse a assistente de enfermagem Stephanie Taylor, de 28 anos, que tem comparecido aos protestos quase diariamente.

Apesar de centenas de manifestantes terem ido às ruas, nenhum incidente sério foi reportado. Apenas cinco detenções foram registradas na noite desta quinta-feira, após outras seis na noite anterior. Na terça-feira, quando multidões se recusaram a obedecer a ordens de dispersar, a polícia realizara 47 detenções.

Nesta quinta, o governador do Missouri, Jay Nixon, havia dispensado a Guarda Nacional, que fora conclamada na segunda-feira para conter os enfrentamentos entre a polícia e a comunidade local. Segundo Nixon, os militares não são mais necessários.

“Já que continuamos a ver melhorias, ordenei um processo de retirada sistemática da Guarda Nacional da cidade de Ferguson”, anunciou Nixon. Em noites anteriores, as manifestações terminaram em embates violentos, com a polícia usando gás lacrimogêneo para conter os tumultos.

Na quarta-feira, um júri local se reuniu para começar a analisar o caso de Brown. Familiares do jovem e manifestantes exigem que o processo seja encaminhado para um promotor especial, acusando o atual encarregado, Bob McCulloch, de ter um histórico de imparcialidade contra negros em ações anteriores.

McCulloch, cujo pai policial foi morto em serviço por um negro, prometeu uma investigação justa, que disse poder se estender até meados de outubro.

Algumas testemunhas afirmam que Brown – suspeito de ter roubado um maço de cigarros de uma loja de conveniência pouco antes de ser morto – estava com as mãos ao alto no momento dos disparos. Entretanto, fontes policiais alegam que o jovem enfrentou o policial e tentou pegar sua arma. O enterro de Brown está marcado para a próxima segunda-feira (28). (Com agências internacionais)

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