Conversa fiada – Senador pelo PMDB do Paraná, o destemperado Roberto Requião informou nesta quarta-feira (10), por meio do microblog que mantém no Twitter, que devolveu uma diária para o Senado. “Acabo de devolver ao Senado diária de viajem ao Parlasul (Argentina) que não fiz pela perna quebrada”. Contudo, em sua postagem, Requiao deixou de mencionar que mantém o título de maior viajante do Senado, status facilmente constatado no Portal da Transparência do Senado Federal.
O portal revela, segundo matéria do jornal Gazeta do Povo, que o senador paranaense, hoje candidato ao governo do Paraná, “foi o parlamentar que mais teve despesas com viagens [pagas pelo erário]” no ano. Foram R$ 52 mil somente em diárias, sem contar os custos das passagens, que certamente foram na primeira classe ou executiva. Curiosamente, embora as viagens de Requião fossem justificadas como feitas no interesse do Mercosul, boa parte delas foi para países da Europa (Rússia, Polônia, Itália, Grécia).
O senador, que gosta de repetir um discurso a favor dos pobres e de aversão ao lucro privado, não se priva de receber mensalmente R$ 26,5 mil de aposentadoria de ex-governador, quantia que acumula com o salário de senador, de R$ 26,7 mil. Esse acúmulo o leva a embolsar mensalmente R$ 53,2 mil, só de salários e pensão, sem considerar a verbas de gabinete que podem dobrar ou triplicar essa quantia.
Outra evidência de que o discurso de Requião contra o lucro privado é contrabalançado por incomum voracidade pelo dinheiro público foi dada na última semana. Os advogados do senador conseguiram receber, em dinheiro, R$ 453 mil relativos a quinze meses da aposentadoria de ex-governador. A pensão havia sido suspensa em julho de 2011 devido ao entendimento da Procuradoria do Estado de que o benefício só deveria ser pago a ex-governadores eleitos antes de 1988.
Conhecido nas rodas paranaenses como “Maria Louca” por causa de seu comportamento nada retilíneo, Requião alega que precisa do dinheiro relativo das pensões para custear os processos judiciais movidos por adversários políticos. Isso se deve ao fato de o senador acionar constantemente sua insana verborragia na direção dos desafetos, que recorrem à Justiça para reparar eventuais danos. Caso mantivesse sob controle seu destempero comportamental, Requião ao menos pouparia o erário. Enfim…
